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TikTok anuncia acordo com Oracle e Walmart. “Fantástico”, diz Trump

20 set, 2020 - 09:25 • Lusa

Proibição de descarregar a aplicação chinesa entrava neste domingo em vigor. Negócio adia proibição e prevê compra de ações na TikTok pelos dois gigantes norte-americanos.

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A aplicação TikTok, filial da sociedade chinesa ByteDance e ameaçada de ser proibida nos Estados Unidos, anunciou no sábado (já domingo na hora de Lisboa) um acordo de princípio com as norte-americanas Oracle, como parceiro tecnológico, e Walmart, em termos comerciais.

"Estamos felizes que a proposta da TikTok, Oracle e Walmart resolva os problemas de segurança apontados pela administração norte-americana e as questões relativas ao futuro da TikTok nos Estados Unidos", disse um porta-voz.

“Dei a minha aprovação ao acordo. Se se concretizar, tanto melhor. De contrário, também estará bem”, anunciou momentos antes o Presidente norte-americano, antes de partir para uma reunião de campanha na Carolina do Norte.

Donald Trump classificou o acordo de princípio de "fantástico". O negócio prevê também que as duas empresas norte-americanas possam comprar até 20% da TikTok, antes de uma futura entrada em bolsa, provavelmente no próximo ano.

Com este acordo, a tecnológica Oracle 'bateu' todas as empresas que estavam na corrida pela TikTok, onde se inclui a Microsoft e o Twitter.

Nova empresa com sede nos EUA

A ser concluído, o acordo vai permitir a criação de uma empresa, possivelmente com sede no estado do Texas, acrescentou Trump, que ameaçou proibir as operações da aplicação nos Estados Unidos por considerar estar em risco a segurança nacional do país.

A nova empresa vai contratar pelo menos 25 mil pessoas e contribuir com cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) para um fundo dedicado à educação dos norte-americanos.

"Isso é a contribuição deles que tenho pedido", disse o Presidente norte-americano.

A Oracle, multinacional norte-americana de tecnologia informática, vai ser responsável por toda a informação dos utilizadores norte-americanas da aplicação chinesa de partilha de vídeos, e pela proteção dos sistemas informáticos de modo a garantir o cumprimento das exigências de segurança nacional impostas pela administração Trump.

A Walmart, multinacional norte-americana de venda a retalho, vai fornecer as plataformas de comércio digital e outros serviços comerciais à TikTok, que tem cerca de 100 milhões de utilizadores nos Estados Unidos e quase mil milhões em todo o mundo.

Na sequência do anúncio deste acordo, o Departamento de Comércio norte-americano anunciou que iria adiar, pelo menos até 27 de setembro, a proibição de descarregamento da TikTok. A proibição devia entrar em vigor neste domingo.


A decisão foi tomada "em vista dos recentes desenvolvimentos positivos", indicou o departamento, num comunicado difundido pouco depois da confirmação pela aplicação chinesa sobre um projeto de acordo sobre a gestão das atividades nos Estados Unidos.

As sanções norte-americanas contra a TikTok baseiam-se na acusação de a aplicação ameaçar a segurança nacional dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, a TikTok tinha condenado a decisão norte-americana de proibir o seu descarregamento (transferência das aplicações) a partir deste domingo nos Estados Unidos e assegurou ter apresentado todas as garantias de respeito da segurança dos utilizadores.

"O Presidente dá até 12 de novembro para se resolverem os problemas de segurança nacional colocados pela TikTok. As proibições poderão ser levantadas consoante as circunstâncias", anunciou, nesse mesmo dia, o departamento do Comércio.

A ByteDance, empresa chinesa proprietária da TikTok, estava já há algum tempo em negociações para ceder as suas atividades nos Estados Unidos a um grupo norte-americano.

A TikTok é popular entre os adolescentes e teve uma expansão maior durante o tempo de confinamento por causa da pandemia de Covid-19.

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