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Filipe Froes

Especialista. Redução do período de isolamento só pode ser aplicada "com critérios médicos rígidos"

18 set, 2020 - 10:14 • Anabela Góis , Sofia Freitas Moreira

Já existem provas de que, depois dos dez dias de isolamento, deixa de haver perigo de contágio. A Direção-Geral da Saúde admitiu, na quarta-feira, a possibilidade de vir a diminuir o período de isolamento profilático de 14 para 10 dias, tendo em conta aquilo que se tem verificado a nível internacional.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) admitiu, esta semana, que pode reduzir de 14 para dez dias o período de quarentena para quem tem Covid-19, à semelhança do que já acontece noutros países.

A medida está a ser estudada e deve ser aprovada em breve, explica à Renascença o médico pneumologista e conselheiro da DGS Filipe Froes.

O especialista diz que já existem provas de que, depois dos dez dias de isolamento, deixa de haver perigo de contágio.

O conselheiro da DGS adianta que esta redução só pode ser aplicada em casos específicos e com critérios médicos rígidos, ou seja, para quem depois de um teste positivo tenha sintomas ligeiros da doença, que não seja imunodeprimido e que esteja há, pelo menos, três dias sem febre.

“Se estiverem mais de três dias sem febre e uma resolução clínica persistente e mantida, esses indivíduos, ao fim de dez dias, não constituem perigo, nem para eles, nem para a população e podem retomar a sua atividade laboral”, sublinha Froes.

Com a redução do período de quarentena há ganhos a dobrar, avança o médico, poupando-se nos testes e reduzindo-se a pressão sobre as empresas, “ao recuperar quatro dias de retorno à atividade laboral”.

“Isto tem impacto no retorno à atividade laboral e tem impacto na diminuição dos testes, mas é uma decisão final da autoridade nacional de saúde, em articulação com o Ministério da Saúde”, remata.

Quanto aos casos suspeitos, os que estiveram em contacto com pessoas que tiveram a confirmação de estarem infetadas, o tempo de quarentena vai, para já, manter-se nos 14 dias.

O especialista entende que é a forma mais segura de agir, porque “o período de encubação vai até 14 dias e, em alguns casos, até pode ser mais. Significa que estas pessoas podem desenvolver a doença nesse período. Nos confirmados, já desenvolveram a doença, portanto, nós temos uma data para começar a contar em relação ao início dos sintomas”.

Comentários
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  • Observador
    18 set, 2020 Portugal 11:15
    Acham que curam a doença, debaixo de uma avalanche de decretos? Porque não legislam no sentido de "proibir" a Covid?

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