I Liga regressa com novos protagonistas e ainda sem público

18 set, 2020 - 17:45 • Eduardo Soares da Silva

Famalicão, Benfica, Vitória de Guimarães e Belenenses SAD são os artistas que abrem o cartaz do campeonato 2020/21. Conheça o elenco e os enredos a seguir na nova temporada da I Liga.

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Famalicão-Benfica e Vitória de Guimarães-Belenenses SAD dão o pontapé de saída de mais uma temporada da I Liga, esta sexta-feira à noite. O campeonato regressa um mês e meio depois do fim da última época, com calendários redefinidos devido à pandemia da Covid-19 e plantéis renovados, com caras novas e surpreendentes no futebol português.

O Benfica contratou Jorge Jesus para substituir Bruno Lage, com um plantel reestruturado, com a entrada de jogadores de renome como os internacionais Jan Vertonghen, Everton Cebolinha e Luca Waldschmidt. As águias quebraram ainda o recorde de transferências do futebol português com a contratação de Darwin Nuñez, contratado por 24 milhões de euros.

Um investimento avultado por parte da SAD do Benfica, que procura recuperar o título de campeão nacional. As águias não vão jogar a Liga dos Campeões, depois de terem caído na terceira pré-eliminatória da prova, contra o PAOK, e terão de se concentrar na Liga Europa.

Do outro lado estará o Famalicão, que falhou a qualificação para a Liga Europa na última jornada do campeonato. O clube minhoto segurou o treinador João Pedro Sousa, mas conta com um plantel com profundas alterações, jovem e com muito potencial.

Renascença
O campeão FC Porto arranca a defesa do título no sábado, em casa, com um teste difícil frente ao Sporting de Braga. Os dragões contrataram maioritariamente no mercado interno, como Mehdi Taremi, Cláudio Ramos, Carraça e Zaidu, e ainda com bastante incerteza em relação ao desfecho do mercado.

Entre jogadores importantes em final de contrato, como Alex Telles, Otávio e Marega, o clube ainda tem vários dossiers por resolver. O clube perdeu, para já, duas das suas promessas da formação, Fábio Silva e Vítor Ferreira, que rumaram ao Wolverhampton.

O Sporting de Braga entra em cena no Dragão, clube que venceu três vezes na última temporada, incluindo em casa do FC Porto. Agora com Carlos Carvalhal no comando técnico, o Braga investiu em contratações no início do mercado de transferências.

Nico Gaitán encabeça uma lista de reforços que conta ainda com nomes como Zé Carlos, Al Musrati, André Castro, Iuri Medeiros e Guilherme Schettine. A partir desta temporada, Portugal tem uma terceira vaga na Liga dos Campeões e o Sporting de Braga poderá ambicionar uma nova presença na liga milionária.

O Sporting arranca a época mais tarde, depois de a Direção-Geral de Saúde ter adiado a estreia, marcada para sábado, contra o Gil Vicente, devido aos surtos de Covid-19 nas duas equipas.

Rúben Amorim chegou ao clube a meio da última temporada e teve a sua primeira pré-época enquanto treinador na I Liga. O Sporting terminou a última época fora do pódio e quererá voltar a intrometer-se na luta pelo título, com caras novas na equipa como Antunes, Adán, Feddal, Nuno Santos e Pedro Gonçalves.

Rui Almeida regressou a Portugal para orientar o Gil Vicente, depois da saída de Vítor Oliveira. Apesar da vasta experiência enquanto adjunto, o treinador vai estrear-se na I Liga, depois de quatro temporadas no futebol francês.

A formação de Barcelos fez uma temporada tranquila, depois de ter subido diretamente do Campeonato de Portugal para a I Liga, e quererá repetir o feito e garantir a permanência entre os grandes.

Luta acesa pela Europa

A luta pelas vagas europeias promete competitividade, esta temporada. Para além do Famalicão, também Rio Ave, Boavista e Vitória de Guimarães são candidatos a lutar pela qualificação europeia.

O Boavista, clube histórico e com pergaminhos nas competições europeias, poderá ser a surpresa do campeonato. Devido a uma parceria estratégica com o Lille, os axadrezados estão a montar uma equipa com nomes sonantes, como o campeão mundial Adil Rami, a promessa do Manchester United Angel Gomes e o ex-Benfica Javi García.

Vasco Seabra é o treinador escolhido para comandar o novo plantel, depois de uma boa temporada na II Liga com o Mafra.

O Vitória de Guimarães apostou em Tiago Mendes para o comando técnico. O antigo internacional português foi adjunto de Diego Simeone no Atlético de Madrid e é em Guimarães que arranca a carreira de treinador principal.

Os vimaranenses também revolucionaram o plantel, com destaque para a contratação de Ricardo Quaresma, uma das figuras do futebol português na última década e da seleção que conquistou o Euro 2016.

O Rio Ave venceu a corrida pelo lugar europeu na última temporada. Os vila-condenses perderam Carlos Carvalhal para o Sporting de Braga e apostaram em Mário Silva, vencedor da UEFA Youth League com os sub-19 do FC Porto, para comandar a equipa. Depois de uma entrada com o pé direito nas pré-eliminatórias da Liga Europa, o Rio Ave vai procurar repetir o feito no campeonato.

Dois regressos à I Liga

Nacional e Farense regressam esta temporada à I Liga, sendo que os madeirenses estiveram recentemente no primeiro escalão, enquanto que os algarvios dão por terminado um longo hiato da primeira divisão.

A formação insular manteve a equipa técnica, liderada pelo jovem treinador Luís Freire - que se estreará na I Liga -, e uma espinha dorsal da equipa que conquistou a subida ao primeiro escalão. O mesmo se aplica à formação de Faro, que mantém Sérgio Vieira no comando técnico e a base da equipa que garantiu a subida.

O Portimonense terminou a última temporada em lugar de descida, mas vai manter-se no primeiro escalão, após a despromoção administrativa do Vitória de Setúbal, e perspetiva uma temporada mais tranquila do que a anterior, mantendo o técnico que terminou a época, Paulo Sérgio.

Belenenses SAD, Paços de Ferreira e Moreirense mantêm os mesmos treinadores e dão continuidade ao projeto da última temporada.

A equipa de Moreira de Cónegos fez nova época muito tranquila, com Ricardo Soares no comando técnico, que procurará repetir os feitos das duas últimas épocas, em que o Moreirense andou longe dos lugares de despromoção.

O Paços de Ferreira esteve em lugares de descida, mas Pepa conseguiu dar a volta aos resultados e garantir a manutenção. Com um plantel reforçado com jovens talentos, a formação do Vale do Sousa procurará garantir a manutenção o mais cedo possível.

O Belenenses entrará em prova com o registo de ter sido a equipa que menos contratou no defeso, com seis reforços. A equipa de Petit ajustou o plantel e entra em cena já no primeiro dia da competição, em casa do Vitória de Guimarães.

Em Tondela, saiu Natxo González, mas o clube manteve a aposta num treinador espanhol. Pako Ayestarán é o novo homem do leme e procura garantir a sexta manutenção consecutiva para o emblema da Beira Alta. A grande baixa no Tondela é a saída do capitão Cláudio Ramos, que assinou pelo FC Porto a custo zero, depois de terminar contrato.

Nos Barreiros, José Gomes deixou o comando do Marítimo assim que a temporada terminou, para orientar a reta final de época no Almería. A direção do clube histórico madeirense contratou Lito Vidigal, que tinha conseguido a manutenção com o Vitória de Setúbal.

O Santa Clara regressa ao ativo depois de ter alcançado a melhor prestação da sua história na I Liga. João Henriques terminou o ciclo e regressou Daniel Ramos, que orientou o clube no início da temporada 2016/17, ainda no segundo escalão.

Bancadas ainda vazias

O campeonato regressa ainda sem adeptos nas bancadas, apesar dos diversos apelos dos clubes para a integração progressiva e parcial de público.

A I Liga recebeu autorização do governo para retomar atividade, em junho, mas com um apertado protocolo sanitário e de segurança, e sem adeptos nas bancadas.

Diversos países europeus já arrancaram os seus campeonatos, e com uma percentagem de adeptos nas bancadas, o que motiva críticas dos dirigentes dos clubes nacionais. No entanto, governo e Direção-Geral de Saúde chumbaram testes de público na pré-época e não ponderam, para já, permitir.

O primeiro-ministro, António Costa, garante que não está nos planos o regresso dos adeptos aos recintos desportivos em breve, devido ao comportamento dos adeptos.

"Não permitimos a existência de público nos recintos desportivos de forma a evitar riscos de contaminação. Muitas vezes perguntam porque é possível as irem ao cinema, concertos e teatros. Muitos de nós que já fomos a recintos desportivos e sabemos que o nosso comportamento no cinema é muito diferente de quando estamos a assistir um espetáculo desportivo", afirma.

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