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Solidariedade

Coleta da Terra Santa é no dia 13 de Setembro

08 set, 2020 - 16:48 • Ana Lisboa

Os donativos angariados destinam-se, nomeadamente, à manutenção dos lugares santos e também para as comunidades locais.

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A Coleta da Terra Santa, uma iniciativa anual promovida pela Santa Sé junto das dioceses de todo o mundo, realiza-se no próximo domingo, 13 de Setembro.

Habitualmente realizada na Sexta-feira Santa, esta coleta foi adiada este ano, por causa da pandemia da Covid-19, para o dia 13 de Setembro, o próximo domingo, véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz, "uma festa importante desde o século IV na Igreja de Jerusalém e que depois se estendeu a toda a Igreja".

Trata-se de uma angariação de fundos em prol dos cristãos que vivem na Terra Santa.

Os donativos "são recolhidos, em primeiro lugar, pelas comunidades cristãs que os enviam às Cúrias Diocesanas e estas fazem-nos seguir para o Comissariado da Terra Santa em Portugal. Depois, através da Nunciatura envia-os à Congregação para as Igrejas Orientais. Por isso, só uma percentagem dos donativos desta coleta vai para a guarda dos Lugares Santos. Uma parte vai também para outras comunidades, Igrejas Cristãs do Médio Oriente, comunidades pobres e carecidas de apoio", explica frei Vítor Rafael, o Comissário da Custódia da Terra Santa em Portugal, localizada no Seminário da Luz, em Lisboa.

Este responsável reconhece "tratar-se de uma partilha que se alarga a diversas comunidades e tem aqui um traço tipicamente eclesial e ecuménico".

Ficam alguns exemplos concretos para onde se destina esta ajuda: "Começando nos Lugares Santos da nossa redenção, a sua manutenção, a conservação, os custos correntes, por exemplo, em Israel são elevadíssimos, designadamente, a água, a eletricidade. A partilha com outras comunidades e Igrejas Cristãs da região através da Congregação para as Igrejas Orientais, apoio de cariz social para a educação em escolas, colégios e orfanatos".

Ainda para "lares de idosos, centros de crianças com problemas físicos e de integração social". Também para "apoio aos muitos grupos de refugiados e deslocados que nos últimos anos foi crescendo de forma incontrolável".

Outros exemplos para onde vai este dinheiro angariado é para o "apoio à construção e manutenção de casas para famílias cristãs da região, para que se mantenham nos seus locais e não emigrem, deixando a região e reduzindo ainda mais a presença cristã nessas terras".

Esta ajuda das Igrejas de todo o mundo vai beneficiar os "Territórios Palestinianos, como Belém, Jericó, a zona de Jerusalém, Nazaré e mesmo Jaffa, no litoral. Temos depois a região da Síria, a Custódia da Terra Santa tem Santuários na Síria, no Iraque, nos bairros cristãos situados nos vales rurais, alguns tomados pelo Daesh, ainda a Jordânia e o Líbano".

O Frade Franciscano Vítor Rafael considera que estas "ofertas dadas na Coleta Pontifícia, mais do que um gesto solidário, esta é uma expressão de autêntica solidariedade, tanto social, como cristã".

Para o Comissário da Custódia da Terra Santa em Portugal, "este é o maior valor da Coleta, partilhar a vida nas dificuldades e testemunhar esta solidariedade. É uma das formas de dar a nossa experiência da vida cristã, uma dimensão da Igreja. Sermos cristãos em Igreja e para a Igreja".

O que faz o Comissariado da Terra Santa em Portugal

Localizado no Seminário da Luz, em Lisboa, pertencente à Ordem dos Franciscanos, é um espaço que recebe as pessoas que "procuram ter informações sobre a Terra Santa", as peregrinações que organizam e para "adquirir objetos em madrepérola ou madeira de oliveira", provenientes daqueles territórios.

Os objetos de devoção, por exemplo, são “quase todos” das oficinas de Belém, da zona da Palestina, feitos por artesãos das comunidades cristãs que depois de passarem pela Custódia da Terra Santa são enviados para Lisboa e outras partes do mundo.

O Frei Vítor Rafael afirma que o papel deste Comissariado da Terra Santa em Portugal é promover várias atividades, com o propósito de "fazer chegar à Terra Santa este amor dos cristãos", como é o caso da Coleta Pontifícia, do Pão de Santo António, o Outubro Missionário, pelo Natal".

Com o intuito de arranjar mais ajuda, costumam também "contactar alguns milhares de associados e benfeitores da Terra Santa".

Organizam ainda peregrinações, mas por causa da pandemia da Covid-19, este ano não aconteceram. Também costumam fazer retiros, especialmente em Setembro, no Santuário de Fátima, mas desta vez não foi possível fazer pelas mesmas razões.

Têm ainda a Revista 'Terra Santa', editada pela Custódia em Portugal, que "já vai no seu terceiro ano", refere o Franciscano.

A sua periodicidade é trimestral, ou seja, são publicados quatro números por ano.

Em seu entender, este "é um instrumento de comunicação, cultura, história religiosa no que respeita à Terra Santa".

Pretende levar “informação, formação e testemunhos sobre a vivência cristã" naqueles territórios.

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