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EUA impõem sanções a políticos da Venezuela por falta de "eleições livres e justas"

04 set, 2020 - 19:42 • Lusa

Administração norte-americana já condenou as eleições legislativas que o regime de Caracas pretende realizar em 6 de dezembro, escrutínio que não contará com a participação de 27 forças políticas da oposição venezuelana.

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Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram esta sexta-feira a imposição de sanções contra várias figuras políticas venezuelanas, incluindo a presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, argumentando que tais responsáveis privaram os venezuelanos de "eleições livres e justas"

A par de Indira Alfonzo, as sanções norte-americanas abrangem igualmente José Luis Gutiérrez Parra (outro membro da direção do órgão eleitoral venezuelano), Reinaldo Muñoz (procurador-geral da Venezuela) e David De Lima, ex-governador do estado de Anzoátegui.

Num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, esclareceu que decidiu sancionar estas quatro figuras devido à sua “participação” nos alegados esforços do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para “manipular” o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a Assembleia Nacional (Parlamento) com o objetivo de “privar o povo venezuelano de eleições livres e justas”.

A administração norte-americana já condenou as eleições legislativas que o regime de Caracas pretende realizar em 6 de dezembro, escrutínio que não contará com a participação de 27 forças políticas da oposição venezuelana, que argumentam que não estão reunidas as condições necessárias para o povo venezuelano ser chamado às urnas.

A principal crítica norte-americana está focada na nomeação dos magistrados que compõem o CNE, uma tarefa que é da competência da Assembleia Nacional, que atualmente conta com uma larga maioria da oposição.

Mas tal não aconteceu e foi o Supremo Tribunal de Justiça, cuja legitimidade a oposição questiona por ser constituído por pessoas abertamente relacionadas com o regime de Maduro, que acabou por designar, em junho último, os magistrados, nomeadamente Indira Alfonzo, vice-presidente do Supremo Tribunal que já foi sancionada pelo Canadá (em 2018).

“O trabalho destas pessoas para ajudar Maduro a subverter o acesso do povo venezuelano às instituições democráticas e nomear um novo CNE comprometem a integridade da Assembleia Nacional, única instituição legitimamente democrática remanescente na Venezuela. Essas ações demonstram até que ponto Maduro e os seus cúmplices estão dispostos a ir, e têm ido, no seu caminho rumo a uma ditadura total”, afirmou ainda Pompeo, citado num comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

As sanções agora decretadas por Washington pretendem congelar todos os ativos que estes quatro responsáveis venezuelanos possam ter nos Estados Unidos.

Os visados passam também a estar proibidos de fazer transações financeiras com qualquer cidadão norte-americano.

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