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Trump vai visitar Kenosha apesar de risco de reacendimento de protestos

01 set, 2020 - 07:52 • Sofia Freitas Moreira e Lusa

O Presidente já veio defender o adolescente de 17 anos que disparou contra manifestantes, matando dois e deixando um terceiro ferido. O incidente decorreu durante uma nova onda de protestos, após a morte a tiro de Jacob Blake, um afro-americano de 29 anos baleado sete vezes nas costas pela polícia.

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O Presidente norte-americano desloca-se a Kenosha (no Wisconsin), esta terça-feira, onde um cidadão negro, Jacob Blake, foi baleado e gravemente ferido pela polícia, um caso que reacendeu os protestos antirracismo e contra a violência policial nos Estados Unidos.

O governador do Wisconsin, o democrata Tony Evers, pediu a Donald Trump para reconsiderar a sua visita, receando um reacender dos protestos e de possíveis tumultos. O pedido foi rejeitado.

A Casa Branca confirmou segunda-feira o anúncio feito no sábado de que Trump ia deslocar-se à cidade de Kenosha, no estado do Wisconsin (centro-oeste dos Estados Unidos), para se encontrar com os responsáveis policiais locais e “analisar os danos provocados pelos tumultos ocorridos após a denúncia do caso de Jacob Blake.

No dia 23 de agosto, um agente disparou sete vezes nas costas de Blake, de 29 anos, quando este abria a porta de um veículo, onde estavam três dos seus filhos menores, situação que foi gravada por câmaras de telemóvel de testemunhas.

A vítima permanece internada numa unidade hospitalar, nos subúrbios de Milwaukee (Wisconsin), e está paralisada da cintura para baixo.

Este caso, à semelhança de outros casos recentes envolvendo cidadãos afro-americanos e agentes policiais brancos, nomeadamente os casos de George Floyd e Breonna Taylor, desencadeou uma nova vaga de emoção e de protestos antirracismo e contra a brutalidade policial em várias cidades norte-americanas.

Em Kenosha, após Jacob Blake ter sido baleado, seguiram-se três noites de tumultos, com registo de confrontos entre manifestantes e as forças de segurança, veículos incendiados e edifícios vandalizados.

Trump defende atirador adolescente. “Ele teria sido morto”

Numa das noites, que contou com a presença de contramanifestantes e milícias armadas nas ruas, um adolescente de 17 anos disparou, em circunstâncias ainda pouco claras, contra os manifestantes. Dois manifestantes foram mortos e um terceiro ficou ferido.

Na segunda-feira, Donald Trump, defendeu o adolescente de 17 anos, dizendo que estaria a tentar fugir e que teria sido morto pelos manifestante se não tivesse disparado sobre eles.

“Foi uma situação interessante. Vocês viram o mesmo vídeo que eu e ele (o atirador) estava a tentar fugir deles. Ele caiu ao chão e eles começaram a atacá-lo muito violentamente. Ele teria sido morto. Mas ainda está sob investigação”, disse o presidente norte-americano durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, na segunda-feira.

Kyle Rittenhouse, de 17 anos, natural de Antioch (Estado de Illinois), a 24 quilómetros de Kenosha (Wisconsin), foi acusado de cinco crimes, que incluem homicídio voluntário de primeiro grau e homicídio imprudente de primeiro grau, bem como de posse de arma perigosa por um menos.

Durante este verão, os Estados Unidos foram palco de contínuas manifestações por todo o país, que por vezes degeneram em confrontos e que desencadearam a declaração do estado de emergência em várias cidades e a mobilização de efetivos da Guarda Nacional (militares de reserva).

Estas manifestações antirracismo e contra a violência policial foram desencadeadas pelo caso de George Floyd, um afro-americano que morreu asfixiado pelo joelho de um polícia branco, em maio passado, na cidade norte-americana de Minneapolis.

"Queremos justiça!" Protestos no Wisconsin após homem negro ser baleado pela polícia
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  • Anónimo
    01 set, 2020 19:29
    Incrível como os americanos votaram e votam num presidente que defende assassinos! Que apanhem todos Covid-19 que eu quero é que esse país se lixe!

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