Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

EUA

Governador de Portland apela a fim da violência após mais uma morte em confrontos

31 ago, 2020 - 09:04 • Sofia Freitas Moreira com agências

A vítima pertencia ao grupo de extrema-direita “Patriot Prayer”. É mais uma morte ocorrida durante manifestações contra a injustiça racial após afro-americano Jacob Blake ter sido baleado nas costas pela polícia.

A+ / A-

O governador de Portland, no Oregon, disse que as autoridades da cidade se estão a preparar para uma nova escalada na violência. Ted Wheeler falava numa conferência de imprensa após o registo de mais uma morte durante os protestos, no último fim de semana.

“Para aqueles que estão a dizer no Twitter que estão a planear vir a Portland em busca de vingança, peço-vos que se afastem”, apelou Ted Wheeler, que também pediu a todo os lados políticos para não incentivarem a violência.

O incidente registou-se durante mais uma onda de contínuas manifestações, por todo o país, após o cidadão afro-americano Jacob Blake ter sido baleado e gravemente ferido pela polícia, na cidade de Kenosha, no Wisconsin, Estado norte-americano onde duas pessoas já morreram durante manifestações de protesto contra a injustiça racial.

O governador também atacou o presidente dos Estados Unidos, que acusa de “encorajar divisão e violência”, referindo-se a uma série de tweets onde Donald Trump critica Wheeler e lhe pede para pedir ajuda ao governo federal para restaurar a ordem na cidade.

“É uma posição agressiva, não é colaborativa”, comentou Wheeler. “Agradecia que o presidente nos apoiasse ou então que não se metesse”.

O governador e o chefe da polícia, Chuck Lovell, disseram que a morte registada no último sábado à noite, na baixa de Portland, ainda está a ser investigada.

Lovell avançou que ainda estava a ser determinado se o disparo fatal está ligado a confrontos entre um grupo de apoiantes pró-Trump e manifestantes antirracismo.

Vídeos nas redes sociais mostram apoiantes de Trump a passear pela baixa da cidade, dentro de carrinhas, a disparar armas de paint-ball para o ar e a lançar sprays químicos contra os manifestantes que se encontravam nas ruas.

As autoridades não identificaram a vítima mortal, mas o jornal New York Times avançou que se trata de um homem pertencente ao grupo de extrema-direita “Patriot Prayer”. No domingo, o líder do grupo sedeado em Portland, Joey Gibson, confirmou a informação.

“Amamos o Jay, ele tinha um coração enorme. Que Deus o abençoe e a vida que teve”, escreveu Gibson nas redes sociais.

No mesmo dia, Donald Trump partilhou uma fotografia de Jay Bishop, descrevendo-o como “um bom norte-americano que amava o seu país e apoiava a polícia. Ele foi morto em Portland pela ANTIFA. Descansa em paz, Jay”.

Várias cidade norte-americanas têm sido palco de várias manifestações após um vídeo ter mostrado o afro-americano a ser alvejado sete vezes nas costas por um polícia caucasiano, em Kenosha. Jacob Blake, de 29 anos, está no hospital e pode ficar paralisado.

Na semana passada, um tiroteio na cidade americana Kenosha, no estado de Wisconsin, fez dois mortos e um ferido. Kyle Rittenhouse, de 17 anos, natural de Antioch (Estado de Illinois), a 24 quilómetros de Kenosha (Wisconsin), foi acusado de cinco crimes, que incluem homicídio voluntário de primeiro grau e homicídio imprudente de primeiro grau, bem como de posse de arma perigosa por um menos. O incidente decorreu durante manifestações antirracismo.

Em Maio, George Floyd, de 46 anos, foi assassinado por um polícia branco em Mineápolis. Neste caso, o agente que sufocou Floyd ao pressionar o joelho contra o pescoço durante mais de oito minutos, durante os quais o afro-americano avisou que não conseguia respirar. Esta morte ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

Em junho, um homem negro foi morto pela polícia em Atlanta, na sequência de uma luta em que a vítima terá agarrado o taser do agente e ter-lho-á apontado enquanto fugia.

A polícia tinha sido chamada ao local devido a uma queixa de que um homem estava a dormir dentro de um carro num restaurante "drive-thru" (comprar comida sem sair do carro) e a bloquear a passagem de outras viaturas. O homem baleado foi identificado como Rayshard Brooks, de 27 anos.


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+