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Crise política na Bielorrússia

Mais de 100 mil voltam às ruas contra Lukashenko, polícia detém centenas de opositores

30 ago, 2020 - 16:54 • Lusa

Até meio da tarde, e segundo dados oficiais do Ministério do Interior, 125 pessoas foram detidas por participarem no protesto "não autorizado". Bielorrussos estão desde o início de agosto mobilizados contra o Governo de Lukashenko, que está há 26 anos no poder.

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Mais de 100 mil pessoas participaram este domingo numa manifestação da oposição ao Presidente Alexander Lukashenko, no centro de Minsk, com dezenas de opositores a serem detidos pela polícia.

Lukashenko está no poder há 26 anos e a sua reeleição, nas eleições do passado dia 9 de agosto, está a ser contestada como "fraudulenta".

Segundo jornalistas no local, dezenas de milhares de pessoas participaram no novo protesto, na Praça da Independência e nas ruas que lhe dão acesso. A meio da tarde, foram noticiadas as detenções de centenas de opositores durante a manifestação.

Parte dos manifestantes dirigiram-se ao Palácio da Independência, a residência oficial do Presidente, na avenida Pieramozcau, para levar “presentes para Lukashenko”, que hoje faz 66 anos.

O protesto, designado “Marcha pela Independência”, realiza-se pelo terceiro domingo consecutivo na capital bielorrussa, sempre com a adesão em massa da população. Nos dois últimos domingos, 16 e 23 de agosto, os protestos juntaram quase 100 mil pessoas, tornando-se nos maiores de sempre na história do país.

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Desde o princípio da tarde, quando começaram a chegar manifestantes à Praça da Independência, a polícia, destacada às centenas para o local, deteve mais de uma centena de pessoas.

Segundo a porta-voz do Ministério do Interior, Olga Shemodanova, 125 pessoas foram detidas hoje “por participarem em protestos maciços não autorizados”.

No sábado, as autoridades bielorrussas retiraram as credenciais a 17 jornalistas estrangeiros, sendo que alguns foram detidos por umas horas. Os de nacionalidade russa foram expulsos do país.

Segundo a Associação de Jornalistas da Bielorrússia, entre os afetados encontram-se correspondentes da televisão alemã, das agências France-Presse, Associated Press e Reuters, entre outros.

A crise na Bielorrússia foi desencadeada após as eleições de 9 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o Presidente Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos. Face à contestação, a Justiça bielorrussa validou a alegada vitória de Lukashenko e condenou os movimentos de oposição ao Governo.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos continuam a sair às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.

Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com milhares de pessoas já detidas e centenas de feridos. A União Europeia fez entretanto saber que poderá aplicar sanções a figuras do Governo bielorrusso ainda antes do final de setembro.

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  • 30 ago, 2020 18:42
    Porque será que aqui um certo número de PESSOAS da nossa praça POLÍTICA e da CULTURA não são VISTAS?

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