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Nova Zelândia. Autor de massacre de 51 muçulmanos condenado a perpétua

27 ago, 2020 - 06:53 • Redação com Lusa

É a primeira vez que a pena é aplicada no país. O ataque teve lugar nas mesquitas de Al Noor e Linwood, na cidade de Christchurch, em 2019.

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Brenton Tarrant, autor do massacre de 51 muçulmanos num ataque em duas mesquitas na Nova Zelândia, em 2019, foi condenado a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

É a primeira vez que a pena é aplicada no país. O australiano, de 29 anos, foi condenado por 51 acusações de homicídio, 40 por tentativa de homicídio e uma por terrorismo pelo ataque realizado com armas semiautomáticas a 15 de março do ano passado.

A sentença foi proferida após três dias em que 91 sobreviventes do ataque e familiares das vítimas testemunharam em tribunal, depois de Tarrant se ter dado como culpado de todas as acusações e decidir renunciar à sua defesa.

O juiz Cameron Mander disse que os crimes de Tarrant foram tão perversos que uma vida inteira na prisão não os poderia compensar, já que causaram enormes perdas e dor, em resultado de uma ideologia distorcida e maligna.

"As suas ações foram desumanas" disse Mander. "Você deliberadamente matou um bebé de 3 anos enquanto este se agarrava à perna do pai", ilustrou.

O magistrado observou que australiano dissera recentemente que rejeitava agora a sua filosofia extremista e considerava os seus ataques "abomináveis irracionais", mas o juiz defendeu que a sinceridade dessa mudança de opinião era questionável e que Tarrant ainda não demonstrara empatia pelas vítimas ou tristeza pelo que havia feito.

O massacre teve lugar nas mesquitas de Al Noor e Linwood, na cidade de Christchurch, quando tinha lugar a tradicional oração de sexta-feira.

Tarrant transmitiu parcialmente o ataque através das redes sociais.

O australiano despedira os advogados e dissera ao juiz que não queria falar na audiência. Um advogado nomeado pelo tribunal disse ao juiz que Tarrant não se opôs a uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional.

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  • Ivo Pestana
    27 ago, 2020 Funchal 12:55
    Ainda bem que não foi julgado, em Portugal.

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