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União de Mulheres Alternativa e Resposta

Já foram assassinadas 20 mulheres este ano. “É fundamental incentivar vítimas de violência doméstica a procurar ajuda"

17 ago, 2020 - 23:43 • Lusa com Redação

Segundo o Observatório das Mulheres Assassinadas, do total de assassínios, metade ocorreu nas relações de intimidade. Destes, “mais de metade ocorreu já após o período de confinamento".

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Vinte mulheres foram assassinadas desde o início do ano, registando-se ainda 29 tentativas de femicídio, 25 das quais em relações de intimidade, anunciou o Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA).

Os dados preliminares do OMA, grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), apontam para 10 “femicídios íntimos”, associados a relações de intimidade atuais, passadas ou pretendidas, e 10 assassínios em outros contextos, por motivos financeiros, na sequência de assalto ou outros.

Dos 10 femicícios íntimos, “mais de metade ocorreu já após o período de confinamento obrigatório, entre junho e agosto" na sequência da pandemia de covid-19, realça Cátia Pontedeira, do OMA.

Segundo os dados recolhidos até sábado, dia 15, com base em notícias de mulheres assassinadas e de tentativas de assassinato, além das 25 tentativas de femicídio em contexto de intimidade, ocorreram dois homicídios na forma tentada contra mulheres em contexto de violência doméstica que foram perpetrados contra as mães.

Registou-se ainda uma tentativa “por motivos de género” e uma outra por motivos financeiros, acrescenta a OMA.

Em comunicado, o Observatório das Mulheres Assassinadas considera ser urgente investir na análise do fenómeno, para prevenir futuros casos.

“Estes dados revelam a urgência de um investimento numa análise sobre o femicídio e a sua tentativa a partir de um olhar especializado e aprofundado, para prevenir futuros assassinatos”, defende o OMA, na nota divulgada.

O grupo de trabalho da UMAR acentua a importância de as vítimas de violência doméstica serem informadas sobre as ajudas que têm à disposição e incentivadas a procurar apoio, existente em todo o país.

“É fundamental informar as vítimas de violência doméstica onde podem procurar ajuda e incentivá-las a procurar esta ajuda especializada”, destaca o OMA.

No mesmo comunicado, a estrutura sublinha o contacto do Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica, 800 202 148, um número “gratuito, confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano”.

O último caso de que a OMA teve conhecimento verificou-se em Lamego, distrito de Viseu, na sexta-feira, quando uma mulher de 56 anos morreu, vítima de disparo de arma de fogo. O suspeito é o ex-marido, ainda por localizar pelas autoridades.

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  • Ivo Pestana
    18 ago, 2020 Funchal 12:29
    É necessário nas escolas a disciplina para a Cidadania, com urgência e com avaliação. Respeitar o outro, tem que ser ensinado e avaliado.Mas nas relações humanas não existem milagres. Tanto faz ser pescador como Juíz, infelizmente a violência doméstica, atinge toda a sociedade. Algo tem de ser feito.
  • mew
    18 ago, 2020 11:15
    Observatório de qualidade tal como o outro que dizia que «Judas estava referenciado».

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