12 ago, 2020 - 21:46 • Ana Carrilho
Não há adeptos, mas as equipas e respetivas comitivas, organização e os cerca de 400 jornalistas em Lisboa deverão garantir cerca de 6-7 milhões de euros de faturação imediata.
São as contas feitas pela dirigente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira que, no entanto, realça a importância de mostrar o país, a região e a cidade de Lisboa a milhões de pessoas que vão acompanhar os jogos durante quase duas semanas.
A Câmara e o Turismo de Lisboa providenciaram visitas aos profissionais da comunicação social que, com os seus trabalhos, podem despertar o interesse de potenciais turistas para o futuro que se deseja, seja bem próximo.
É que o ano turístico está perdido. Um quarto dos hotéis não abriu nem vai abrir portas até ao fim do ano. Nalguns casos pertencem a grupos hoteleiros que optaram por só ter algumas unidades em funcionamento, “não quer dizer que se esteja a falar em insolvências”, afirma Cristina Siza Vieira à Renascença.
Ainda assim, há milhares de trabalhadores que passaram pelo lay-off simplificado ou estão no lay-off tradicional, com cortes salariais e consequente redução dos rendimentos. Inevitavelmente, haverá despedimentos, admite a responsável associativa.
Com poucos turistas estrangeiros devido às contingências provocadas pela COVID-19, o turismo nacional vive, por estes dias, sobretudo da procura dos portugueses. Para atrair mais clientes, os hotéis baixaram os preços: “uns mais do que outros, depende das regiões (o Algarve continua a ser mais solicitada), das categorias dos alojamentos”. Noutros casos, fazem promoções, com ofertas de noites, pequeno almoço ou outros serviços. Ou ajudam a promover outras áreas do turismo local, com a oferta de vouchers par museus e outros equipamentos culturais e recreativos ou mesmo para a restauração.
Mais do que nunca, este ano, as reservas obedecem a três características: preço, marcação em cima da hora e sem hipótese de reembolso em caso de cancelamento.
Notam-se alguns sinais de crescimento na procura que podem ser intensificados se países, como o Reino Unido, tirarem Portugal da lista de países não seguros. Mas para Cristina Siza Vieira é certo que as contas só se poderão fazer no fim do ano.