12 ago, 2020 - 11:04 • Marta Grosso
A música angolana está de luto. Morreu nesta quarta-feira o cantor angolano Carlos Burity, vítima de doença prolongada.
A notícia está a ser avançada pela imprensa de Angola, citando o agente do músico, Maló Jaime, e o diretor geral da Cultura, Euclides Barros da Lomba.
Carlos Burity morreu na Clínica Girassol, onde deu entrada nas Urgências já em estado grave. Tinha 67 anos.
“Recebemos a triste notícia proveniente da família e nós, setor da Cultura, estamos já a preparar-nos para possíveis apoios necessários”, afirmou Euclides Barros da Lomba ao “Novo Jornal”, num tom bastante consternado.
Carlos Fernandes Burity Gaspar nasceu em Luanda em 1952 e iniciou na música em 1968. Em 1974, gravou sucessos como " Paxi Iami" e "Recado".
Em 1974 grava, com o Grupo Semba, uma selecção de músicos angolanos que ficou na história da Música Popular Angolana, o seu primeiro single.
Um ano mais tarde, surge no mercado o single “Inveja” e “Memória de Nelito”. O album “Especulador” marca a entrada de Carlos Burity no universo da música de intervenção.
Em 1983, o músico junta-se ao “Canto Livre de Angola”, um projeto do cantor brasileiro Martinho da Vila e do empresário Fernando Faro, que levou ao Brasil nomes como Filipe Mukenga, André Mingas, Dina Santos, Pedrito, Elias dia Kimuezo, Rebita do Mestre Geraldo, Mamukueno e Joy Artur.
Carlos Burity é autor de sucessos como “Malalanza”, “Tia Joaquina”, “Tona Cashi”, “Manazinha” e “Mucangiami”, bem como “Paxi Iami” e “Canção Nostalgia”.
São ainda da sua responsabilidade os albuns "Wanga", "Ginginda", "Massemba", "Zuela o Kidi", "Paxi Iami" e “Malalanza”.
No início da semana, morreu um outro músico angolano: Waldemar Bastos. Tinha 66 anos e morreu em Lisboa, vítima de cancro.