12 ago, 2020 - 12:45 • Rui Viegas
Maniche, vencedor da Liga dos Campeões pelo FC Porto em 2004, diz que a ausência de Cristiano Ronaldo na "Final 8" de Lisboa é "uma desilusão".
Disputa-se até dia 23 na capital portuguesa, dividida entre Alvalade e Luz, a decisão inédita da chamada "prova milionária", com cinco portugueses em campo mas sem aquele que é um dos principais cartazes da competição e do futebol mundial: CR7. A estrela lusa, e a sua Juventus, foi eliminada nos "oitavos" pelo Lyon.
O antigo médio internacional português Maniche, em Bola Branca, responsabiliza o técnico entretanto despedido pelos italianos e considera que a "Juve" deixou a desejar na Europa. Mais uma vez.
"Uma desilusão, pelo melhor jogador do Mundo - o nosso Ronaldo - que fez por merecer estar nesta competição e depois também por algumas decisões do próprio treinador [Sarri] que puseram em causa a presença da Juventus. Não compreendo, por exemplo, como é que o Dybala não jogou estes jogos importantes, tendo sido - inclusive - o melhor jogador da Serie A. Com o plantel que a Juventus tem, tinha de fazer muito mais nas competições europeias e não está a fazer", começa por referir.
Maniche sabe o que é vencer a Liga dos Campeões, uma vez que fez parte da equipa liderada por José Mourinho, no FC Porto, em 2004.
"A Champions é o objectivo de qualquer jogador. Tivemos o privilégio de a ganhar pelo FC Porto. Foi mais saboroso porque não eramos candidatos", recorda.
Tal como em todos os restantes desafios desde a retoma, pós-pandemia da Covid-19, também esta fase final vai disputar-se de bancadas vazias. Maniche não compreende que, nesta altura, ainda não haja uma decisão favorável à entrada de adeptos, ao mesmo tempo que vê na ausência de público um fator influenciador dos atletas no relvado.
"Pode [influenciar], tanto a nível negativo como positivo. Sem público, pode beneficiar os jogadores que têm mais pressão sobre eles, mas também pode prejudicar o rendimento de outros - que ficam mais apáticos. As pessoas que estão à frente dessas decisões têm de pensar fortemente no porquê de não haver público. [Havia condições já, na sua opinião?] Penso que sim, porque é que um recinto que leva 30 ou 60 mil pessoas não pode considerar algumas pessoas dentro do estádio? Acho que não haveria qualquer problema", sustenta o antigo jogador.
Governante refere que existe um protocolo "muito r(...)
Lisboa é a partir desta quarta-feira a capital do futebol europeu, com o primeiro desafio dos quartos de final, que se disputam até sábado. Frente a frente estarão os italianos da Atalanta e os franceses do Paris Saint-Germain (PSG), a partir das 20h00, no Estádio da Luz. Artur Soares Dias representará Portugal como quarto árbitro deste embate.
Para Maniche, o PSG terá de tomar cuidado perante um "outsider" que já justificou ser levado em conta.
"A Atalanta é um 'outsider' sim, mas um 'outsider com muita qualidade, a qual vem demonstrando na Liga italiana. Com um grande trabalho do seu treinador. E a cereja no topo do bolo é exactamente esta participação na Champions, estando na fase final com muito mérito. Vão encontrar um Paris Saint-Germain cujos responsáveis têm de pensar em reavaliar a forma como têm apostado na Champions League. Por vezes não é só gastar muito dinheiro. E se a Atalanta ganhar ao PSG não me surpreende", afirma o ex-jogador.
Para Maniche, Barcelona e Bayern de Munique, dois participantes crónicos nas fases finais, são os principais favoritos ao triunfo final. Mas só um lá chegará, pois encontram-se já na sexta-feira.
"Assim fala a história. O Barcelona é sempre um Barcelona, com excelentes jogadores, que - apesar dos altos e baixos - em termos de Champions tem feito aquilo que é pedido. E o Bayern é uma equipa poderosa, em termos internos nem se fala, para mais com um ponta de lança que está num grande momento, o Lewandowski", finaliza, nesta análise, Maniche.