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Liga dos Campeões. Como vai ser a segurança no maior evento desportivo do ano?

11 ago, 2020 - 08:08 • Celso Paiva Sol

A capital portuguesa acolhe oito das melhores equipas europeias para disputar a Liga dos Campeões, que este ano assume um formato inédito por força da pandemia de Covid-19.

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É já amanhã, quarta-feira, que Lisboa recebe o primeiro jogo da fase final da Liga dos Campeões em futebol. Com o adiamento dos Jogos Olímpicos e do Europeu de Futebol, este vai ser o maior evento desportivo do ano, o que coloca um grande desafio ao sistema de segurança português.

Todos os jogos vão ser disputados nos estádios da Luz e de Alvalade, sem público (a pandemia obriga a um formato diferente este ano). Será, por isso, sobretudo um espetáculo televisivo, mas que nem por isso deixa de implicar uma grande operação por parte das forças de segurança.

O desafio do tempo

A primeira dificuldade à segurança foi a pouca antecedência no anúncio da vinda para Portugal de uma prova desta dimensão. Esta foi, seguramente, a missão que menos tempo de preparação teve: apenas dois meses desde o anúncio formal feito pela UEFA.

E é, sem dúvida, o plano mais atípico já montado para um evento desportivo desta dimensão – desde logo, porque não terá adeptos nos estádios.

Acontece que as forças e serviços de segurança portuguesas já têm bastante experiência na organização destes eventos e foram rápidas a reagir.

Com as devidas adaptações, foi recuperado o plano da fase final da Liga das Nações – que se realizou no ano passado em Portugal – prova que teve o mesmo formato de minitorneio realizado em alguns dias.

Ordem pública e terrorismo

A segurança do evento tem duas vertentes principais: ordem pública e terrorismo.

A ordem pública – que, sem público, deverá ser uma tarefa mais fácil – a polícia vai estar particularmente atenta a eventuais concentrações de adeptos.

Mesmo que não existam viagens organizadas, esperam-se alguns adeptos, de algumas equipas, que até já cá podem estar de férias e irão tentar aproximar-se dos seus ídolos.

Desta vez, a UEFA não organizou as habituais estruturas de apoio aos adeptos – as Fun Zone – nem outras que geralmente acompanham este tipo de provas, pelo que as atenções estarão viradas para os hotéis e para os locais de treino das oito equipas. Mas, sobretudo, para todos os locais onde os jogos possam ser acompanhados em grupo.

A vertente relacionada com o terrorismo deve-se ao facto de se tratar de um grande evento internacional e, por isso, palco possível para quem queira ter visibilidade.

Como vão os lisboetas “sentir” estas movimentações?

Não muito. Pelo menos, quando comparado com outros eventos semelhantes. O aparato será pouco e a visibilidade deste plano estará sobretudo nas deslocações das comitivas:

  • dos hotéis para os locais de treino e vice-versa
  • dos hotéis para os estádios e vice-versa
  • dos hotéis para o aeroporto, à medida que as equipas forem sendo eliminadas.

Claro que haverá perímetros de segurança em todos estes locais e haverá cuidados especiais com viaturas e objetos em determinados sítios, bem como colunas escoltadas por batedores em cada uma das deslocações.

Onde vão dormir e treinar as equipas?

Em Lisboa, vão estar oito das melhores equipas de futebol europeias. Eis a localização geográfica das movimentações de segurança:

  • o PSG (Paris Saint-German) está alojado no Parque das Nações e treinam na Academia do Sporting em Alcochete
  • o Barcelona está num hotel bem no centro de Lisboa e treina no Jamor
  • o Lyon está alojado em Cascais e treina no Restelo
  • os alemães do Liepzig estão alojados no Estoril e treinam no complexo do Estoril Praia
  • o Atalanta de Itália está no centro de Lisboa e treina no estádio do Casa Pia
  • o Atlético de Madrid fica alojado também na cidade de Lisboa e vai treinar no Centro de Estágios do Benfica, no Seixal
  • o Bayern de Munique escolheu um hotel no concelho de Sintra e treina um pouco mais a Norte, em Mafra
  • o Manchester City também está alojado em Cascais e treina na cidade do futebol em Oeiras.

Os primeiros a entrar em campo são Atalanta-Paris Saint-Germain. Seguem-se Leipzig-Atlético de Madrid, Barcelona-Bayern de Munique e Manchester City-Lyon completam o quadro dos quartos de final.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já garantiu que estará presente na final. Antes disso, só se tiver de acompanhar algum chefe de Estado.

Ameaça sanitária é com a DGS

As ameaças desta edição de Liga dos Campeões contam também com um vírus – o novo coronavírus, que provocou a pandemia de Covid-19 e que condiciona tudo o resto.

Da parte sanitária tratará a Direção-Geral de Saúde (DGS), que desde a primeira hora tem estado em contacto com a UEFA.

Está previsto um conjunto de procedimentos técnicos e logísticos, desde o acompanhamento de cada comitiva até meios e hospitais que estarão por estes dias de prevenção para este evento.

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