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Pandemia

Covid-19. Portugal entre os países europeus com maior redução de casos

11 ago, 2020 - 11:07 • Marta Grosso

Os dados são do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças. Espanha e Bélgica estão entre os países onde o número de casos de Covid-19 mais subiu.

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Portugal e Suécia são os países europeus onde o número de casos de infeção pelo novo coronavírus mais desceu entre 20 de julho e 2 de agosto. Os números estão no relatório do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira.

Depois do pico, em abril, “muitos países implementaram uma série de medidas de resposta, que levaram a uma redução na incidência” da doença, refere o documento.

No que toca a Portugal, registou-se “uma diminuição de 30% ou mais em comparação com a incidência de 14 dias de casos notificados em 19 de julho”, o que coloca o país acima da média europeia e com uma relação de 28,4 novos casos por 100 mil habitantes.

A Suécia é o país que mais se aproxima de Portugal, com 30,7 novos casos por 100 mil habitantes.

Segundo o ECDC, a maioria das novas infeções relatadas nos últimos 14 dias no espaço europeu (União Europeia e Espaço Económico Europeu, EEE) e no Reino Unido chegram de Espanha (28.267), da Roménia (15.420), de França (13.245), Reino Unido (8.743) e Alemanha (8.319).

Na Bulgária, na Croácia, na República Checa, no Luxemburgo, na Roménia e na Eslovénia está a aumentar o número de pessoas internadas por causa da Covid-19.

Algarve e LVT responsáveis pela queda

A redução do número de casos em Portugal deve-se, sobretudo, às regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

No Norte registou-se um ligeiro agravamento, mas as regiões Centro, Alentejo, Açores e Madeira mantiveram-se estáveis nos últimos 14 dias, contribuindo para a boa prestação do país.

Menos mortes

Durante o período analisado, Portugal registou menos 33% de mortes do que nos 14 dias anteriores (até 19 de julho).

Na Suécia, a redução foi de 38% e, no Reino Unido, de 14%.

Pelo contrário, Bulgária, Croácia e Roménia comunicaram os maiores aumentos na mortalidade, em comparação com a incidência até 19 de julho: 48%, 257% e 33%, respetivamente.

Segundo as estimativas do ECDC, 24% dos casos de Covid-19 hospitalizados não resistiram à doença.

Alerta para a “descontração”

O Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças revela alguma preocupação com o aumento de casos em muitos países, fruto de um “um relaxamento das medidas de distanciamento social".

“À medida que recuperaram o controlo da transmissão e foram aliviando a carga sobre os cuidados de saúde”, muitos países aliviaram ou removeram “muitas medidas” de prevenção, de modo a “permitir um modo de vida mais viável com o vírus em circulação”.

Mas isso resultou num “aumento recente nos casos de Covid-19”, apesar de muitos infetados tenham sintomas leves ou sejam assintomáticos.

“Há um verdadeiro ressurgimento de casos em vários países como resultado do relaxamento das medidas de distanciamento físico”, sublinha o relatório, lembrando que o aumento da incidência da doença, do número de hospitalizações e de óbitos poderá levar à reinstalação ou reforço de “medidas de controlo”.

“Os países que agora observam um aumento de casos, após terem levantado suas medidas de controlo na sequência de uma melhoria temporária na situação epidemiológica, devem considerar o restabelecimento de medidas selecionadas, por etapas e com uma abordagem sustentável. A avaliação do risco a nível local é importante”, avisa.

O ECDC chama ainda a atenção à realização de testes, afirmando que “os Estados-membros que implementam testes abrangentes são capazes de detetar mais rapidamente o aumento de casos”.

Segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal conta um total de 52.825 casos de Covid-19, aos quais estão associadas 1.759 mortes.

O número total de doentes dados como recuperados está nos 38.600.

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