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Incêndio no Gerês. Condições meteorológicas dificultam combate em Lindoso

09 ago, 2020 - 08:34 • Pedro Mesquita com Lusa

Os bombeiros têm que se deslocar a pé, o que torna muito mais difícil o combate a este incêndio. Incêndio deflagrou no sábado de manhã e levou à morte de um piloto português.

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O incêndio que deflagrou na madrugada de sábado no Parque Nacional da Peneda Gerês, em Lindoso, concelho de Ponte da Barca, continua por dominar.

Já há três meios aéreos a compater, de novo, o incêndio do Parque Nacional da Peneda Gerês. As aeronaves enviadas por Portugal juntam-se outras enviadas por Espanha.

Esta manhã, os meios aéreos que iriam reforçar o combate não puderam ser utilizados durante várias horas, devido às condições meteorológicas.

"Não existem ainda meios aéreos, uma vez que não existem condições meteorológicas para a atuação desses meios. Quer no Gerês, devido à nebulosidade, que se mantém a baixa altitude, quer no local onde estão esses meios aéreos, nomeadamente no aeródromo de Ovar, onde o nevoeiro não permite que os meios aéreos façam a descolagem e também em Viseu, onde se encontram neblinas que não permitem a saída dos meios", explicou durante a manhã à Renascença Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"Não estão reunidas condições para operar os meios, o contacto com o IPMA está a ser feito em permanência e logo que existam condições, o teatro de operações terá o reforço necessário", garantiu o comandante.

150 operacionais, apoiados por 44 meios terrestres e dois meios aéreos estão envolvidos no combate às chamas.

Ao longo da fronteira entre Portugal e Espanha, bombeiros dos dois países procuram coordenar esforços. O terreno, particulamente acidentado, não permite a aproximação de veículos. Os bombeiros têm que se deslocar a pé, o que torna muito mais difícil o combate a este incêndio.

“Este incêndio desenvolve-se numa zona montanhosa, com mais de 800 metros de altura, inacessível a meios terrestres. Está a ser combatido com recurso a meios apeados, a homens com ferramentas e é um trabalho muito minucioso e demorado que se prolongou durante toda a noite. Houve um reforço de meios e todos os recursos estão a ser implementados para conseguir o domínio do incêndio”, adianta à Renascença o comandante Pedro Araújo, da ANEPC..

Questionado sobre se os meios existentes estão a conseguir dar resposta, o comandante afirma que o domínio deste incêndio “pode acontecer nas próximas horas. Tudo depende como conseguirmos colocar meios apeados no local, para complementar o trabalho dos meios aéreos”.

No sábado, um piloto português morreu e outro piloto espanhol ficou gravemente ferido quando o avião Canadair português em que seguiam se despenhou em território espanhol, a cerca de dois quilómetros da fronteira, quando combatia um incêndio na zona do Lindoso, Ponte da Barca, no Gerês.

O Ministério da Administração Interna determinou à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a abertura de um inquérito ao incêndio, que deflagrou no Parque Nacional da Peneda-Gerês, disse à agência Lusa fonte oficial.

Devido ao facto de o acidente com o avião ter acontecido em território de Espanha, fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) explicou à Lusa que são as autoridades espanholas que têm a responsabilidade e a competência para desenvolver a investigação.

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