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Miguel Albuquerque defende aproximação do PSD ao Chega. "É fundamental que o centro-direita se junte para derrotar a esquerda"

05 ago, 2020 - 17:00 • Pedro Mesquita com Redação

O presidente do Governo Regional madeirense e também líder do PSD/Madeira nem pede "moderação" ao partido de André Ventura: "O que quer dizer moderado? Moderado como o Bloco de Esquerda, que é estalinista? Moderado como Partido Comunista, que defende a Coreia do Norte?"

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O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, concorda com a estratégia de aproximação do seu partido ao Chega, porque "é fundamental que o centro-direita se junte para derrotar a esquerda".

"Tudo o que seja coligações no sentido de derrotar a esquerda em Portugal é bem vindo", diz o também presidente do Governo Regional, em entrevista à Renascença, sublinhando que as declarações de Rui Rio sobre o assunto "foram feitas num quadro de aproximação e de congregação das forças de centro-direita para derrotar a esquerda".

"Basta olhar para o xadrez político, para a situação, para perceber que, neste momento, é fundamental que o centro-direita se junte para derrotar a esquerda", reforça.

Apesar de apoiar a posição de Rio, Albuquerque nem considera que seja necessário que o Chega assuma alguma moderação. "O que quer dizer moderado? Moderado como o Bloco de Esquerda, que é estalinista? Moderado como Partido Comunista, que defende a Coreia do Norte? Não percebo..."

Miguel Albuquerque diz que "hoje, a extrema direita europeia integra coligações em governos democráticos na Europa e nenhum mal veio ao mundo por isso".

"Evidentemente que nós temos de salvaguardar ols valores essenciais do nosso partido, que são valores humanistas, mas isso não implica que do ponto de vista instrumental e político se formem alianças para derrotar o nosso adversário principal", argumenta o dirigente madeirense.

Miguel Albuquerque acaba por desvalorizar algumas posições mais radicais do partido de André Ventura, questionando, retoricamente: "O Chega é acusado de tudo, não é?"

"É uma evidência que o Chega tem, neste momento, uma repercussão na sociedade portuguesa que não acontece por acaso [Tem repercussão] porque aborda um conjunto de temas e respostas que não são abordadas pelos partidos tradicionais e todas as propostas, em democracia, devem ser discutidas", argumenta Albuquerque

"Alguns aspectos do discurso do Chega, sobretudo o confronto com os tabus da esquerda, faz com que um conjunto do eleitorado se reveja nesse discurso", completa.

Neste quadro, Miguel Albuqerque diz que "não ficaria chocado" se Rui Rio avançasse desde já para conversações com André Ventura. "Porque haveria de ficar?"

Nesta entrevista (que pode ouvir acima) o líder do PSD-Madeira explica ainda em que condições estará disponivel para avançar para uma candidatura à Presidência da Republica e classifica de "absurda" a decisão de declarar ilegal o confinamento obrigatório, decretado pelos Açores, a quem visitasse o arquipélago.

Comentários
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  • Augusto
    05 ago, 2020 Lisboa 19:07
    A direita de Albuquerque, aliada com a extrema - direita racista de Ventura, foi nisto que se transformou o PSD ?
  • Sergio Domingos
    05 ago, 2020 Gafanha da Boa-Hora 18:21
    O jornalismo está mesmo em decadência. Que falta de isenção nesta entrevista. Quando se falou da festa do avante, o entrevistador mudou logo o assunto. Quando se falou no Chega, foi uma insistência desmedida. É vergonhoso a falta de profissionalismo. Fiquei incrédulo com o que ouvi. Não esperava isto da Renascença.

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