05 ago, 2020 - 10:13 • Marta Grosso com Ecclesia
“A pandemia atual, que continua a causar feridas profundas, evidencia a nossa vulnerabilidade”, afirmou o Papa nesta quarta-feira, durante a habitual audiência destes dias, que continua a decorrer sem peregrinos.
“Muitos são os mortos e muitíssimos os doentes por todo o mundo. Tantas pessoas e famílias vivem um tempo de incerteza por causa dos problemas socioeconómicos, em especial os mais pobres”, afirmou.
Lembrando como Jesus sempre se mostrou disponível para curar, “não só o corpo, mas a pessoa inteira”, Francisco considerou que todos nós, “como discípulos de Jesus, devemos perguntar-nos: como podemos ajudar a curar o nosso mundo de hoje?”
Foi com isso em mente que o Papa decidiu lançar um ciclo de reflexões sobre a pandemia e a resposta à crise, à luz da Doutrina Social da Igreja.
“Embora a Igreja ministre a graça que cura através dos sacramentos e preste serviços médicos por todo o mundo, não possui respostas técnicas ou políticas para a pandemia”, disse.
“O que tem para oferecer são alguns princípios fundamentais de Doutrina Social que podem nos ajudar a ir para adiante, como a dignidade da pessoa, o bem comum, a opção preferencial pelos pobres, o destino universal dos bens, a solidariedade, a subsidiariedade, o cuidado pela nossa Casa Comum. Com tais princípios, possamos refletir e trabalhar juntos para construir um mundo melhor, animados pela esperança”, desejou.
“A tradição social católica pode ajudar a família humana a curar este mundo que sofre de doenças graves”, defendeu ainda Francisco, convidando à reflexão para construir “um mundo melhor, cheio de esperança para as gerações futuras”.
“Seremos capazes de curar profundamente as estruturas injustas e as práticas destrutivas que nos separam, ameaçando a família humana e o nosso planeta”, afirmou.
O Papa dirigiu ainda uma saudação aos fiéis de língua portuguesa: “encorajo todos para que perseverem na oração e na reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja, para que possa crescer nas comunidades a solidariedade para com os mais necessitados. Que Deus vos abençoe!”