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IMT suspende circulação de veículos como o que provocou acidente com Alfa em Soure

05 ago, 2020 - 13:03 • Marta Grosso

São exigidas medidas adicionais para evitar acidentes como o de Soure, em que morreram duas pessoas e 44 ficaram feridas. IP vai estudar alternativa ao sistema Convel.

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O Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) suspendeu, nesta quarta-feira, a circulação de veículos de manutenção da ferrovia até que todos estejam equipados com o sistema de limite de velocidade (Convel). A medida vigora “até que o sistema de proteção automática seja implementado”.

O IMT é a entidade que assegura as funções de Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária (ANSF) e divulga, nesta quarta-feira, as recomendações decorrentes da análise dos relatórios de investigação de segurança ao acidente que ocorreu com um Alfa Pendular em Soure, depois de uma “ultrapassagem indevida de sinal na estação de Roma-Areeiro (Lisboa), por veículo de serviço”.

A instalação do sistema Convel em todos os veículos que utilizem a via ferroviária tem sido o principal tema em debate. Depois de o Sindicato Nacional dos Maquinistas o ter defendido e condenado o não cumprimento das recomendações saídas de outros acidentes, a Infraestruturas de Portugal (IP) justificou a não instalação do sistema de controlo automático de velocidade com questões técnicas.

É “uma situação muitíssimo complexa do ponto de vista técnico”, que apenas foi solucionada há 10 dias, afirmou António Laranjo, presidente da IP.

O responsável assegurou, contudo, que foi dado cumprimento a todas as recomendações do relatório do Gabinete do Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) divulgado em 2018.

Este documento era uma resposta a uma recomendação de segurança do próprio GPIAAF, que alertou para o risco de os veículos de conservação de catenária (VCC) circularem sem o sistema Convel.

O relatório decorria de um acidente ocorrido em 2016, também depois de daqueles veículos ter ultrapassado “indevidamente” um sinal vermelho na estação Roma-Areeiro.

No comunicado enviado nesta quarta-feira às redações, o IMT indica que a IP se comprometeu a “avaliar a possibilidade de, juntamente com outros parceiros nacionais, implementar uma solução” que colmate os “constrangimentos existentes no mercado para disponibilizar um sistema ATP (proteção automática do comboio) equivalente ao instalado nos restantes veículos ferroviários”.

O objetivo é conseguir tirar “partido da infraestrutura Convel existente” e “assim mitigar o risco” de acidentes semelhantes.

“O IMT requereu uma avaliação urgente da viabilidade da solução e, caso viável, a consequente implementação igualmente urgente”, refere ainda o comunicado do instituto, adiantando que a IP já terá encontrado “uma solução viável”.

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