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ÉVORA

Universidade lidera dois novos projetos para investigação e combate aos fogos florestais

31 jul, 2020 - 06:32 • Rosário Silva

São 520 mil euros para continuar, nos próximos três anos, uma “linha de investigação” desenvolvida através do Centro Ibérico para a Investigação e Combate aos Incêndios Florestais, da Universidade de Évora.

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A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) vai financiar dois novos projetos da Universidade de Évora (UÉ), no âmbito da prevenção e combate a incêndios. Foram aprovados no decurso da terceira edição do Concurso para Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, da FCT, que vai entregar à academia alentejana, nos próximos três anos, um total de 520 mil euros.

O projeto PyroC.pt (Modelação de fogos florestais para avaliação de riscos e estudo da piroconvecção em Portugal), é coordenado pelos investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT), Rui Salgado e Flávio Couto.

À Renascença, a UÉ indica, em comunicado, que este projeto “estuda o efeito dos incêndios na atmosfera e na propagação e severidade do próprio fogo”, tendo como principal finalidade “obter uma melhor representação da piro-convecção (responsável por nuvens criadas pelo próprio fogo) em previsão numérica do tempo (PNT).”

Os investigadores acreditam que o projeto vai trazer avanços consideráveis “na representação numérica mais realista dos incêndios florestais e no impacto da piro-convecção na atmosfera, na microfísica das nuvens e na química da atmosfera”, por forma a “desenvolver uma metodologia mais precisa de avaliação que possibilite uma avaliação sazonal do risco de incêndios.”

O segundo projeto, com a sigla FUEL-SAT, é coordenado pelos investigadores Sérgio Godinho e Nuno Gracinhas, do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), e pretende investigar a caracterização e classificação dos combustíveis.

“Através de dados de satélite multiespectrais, LIDAR, e RADAR, os investigadores esperam conseguir desenvolver e testar uma metodologia que permita observar, medir, mapear e monitorizar como, quando e onde os combustíveis florestais são mais propensos a queimar”, refere a instituição.

Os investigadores propõem-se “estudar o comportamento do fogo, em muito dependente da quantidade e distribuição (vertical e horizontal) do combustível disponível, bem como das principais características do mesmo (tipo de vegetação, estrutura e teor de humidade).”

De resto, a UÉ adianta que aposta “nesta linha de investigação”, desenvolvida através do seu Centro Ibérico para a Investigação e Combate aos Incêndios Florestais (CILIFO), ao abrigo do Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP).

“Contribuir para a promoção da investigação científica e inovação com vista a fortalecer as competências técnicas e a contribuir para o desenvolvimento da formação, sensibilização, investigação e cooperação no combate aos incêndios florestais”, é o objetivo inerente à criação do CILIFO.

Nos próximos três anos, a FCT financia, em 520 mil euros, estes dois novos projetos, totalmente coordenados por investigadores do pólo de Évora do CILIFO, tendo a colaboração de mais três unidades de I&D sediadas na UÉ: o Instituto de Ciências da Terra (ICT), o Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) e o Centro de Investigação em Matemática e Aplicações (CIMA).

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