20 jun, 2020 • José Bastos
Nesta fase o “script foi respeitado”: os chefes de estado e de governo fracassaram esta sexta-feira no primeiro conselho formal para aproximar posições sobre o plano anticrise. Depois de uma cimeira de quatro horas, das mais breves de sempre, os líderes encerraram a reunião.
Esta cimeira destinava-se a recolher a temperatura de cada estado face ao orçamento e ao fundo de recuperação que a Comissão Europeia desenhou para aliviar os estragos nas economias causados pela pandemia da Covid-19.
Tratava-se de uma primeira tomada de pulsação sobre o maior estímulo de sempre proposto por Bruxelas constituído por um orçamento para os próximos sete anos de 1,1 biliões de euros e um plano anticrise até 2025 de 750 mil milhões de euros, proposta aceite pelos líderes como base de negociação.
Os 27 partilham também o desejo de avançar com “uma resposta que combine solidariedade, investimento e reformas”, segundo a presidente do executivo comunitário, Úrsula von der Leyen. Ainda assim, a reunião tornou evidente que as diferenças entre as várias posições continuam a ser significativas.
Úrsula von der Leyen disse ir fazer “tudo o que está ao alcance para obter um acordo antes do Verão” – referência à pausa estival das instituições comunitárias em agosto – porque os países do sul necessitam de uma luz verde ao fundo de recuperação ainda em 2020.
As diferenças estão à volta da dimensão do orçamento e do fundo como também das condicionalidades, passando pela distribuição entre empréstimos e ajudas a fundo perdido nos critérios em que Bruxelas se baseou para propor a distribuição das verbas.
Ainda não há uma data oficial para a próxima cimeira, Úrsula von der Leyen, aposta por meados de julho e, previsivelmente, presencial. “O que está em jogo é o futuro do projecto europeu. Todos perdem sem acordo”, alerta von der Leyen.
Assim, a nova cimeira permitirá que os líderes possam ver-se cara a cara e distender nos corredores, no jargão comunitário, esses encontros bilaterais que tão bem resultam para aproximar posições.
Sobre esta cimeira e o futuro do desafio europeu discorre, neste Decidir Europa, o gestor Paulo Barros Vale, membro do Comité Económico e Social Europeu, da Direcção da Associação Empresarial de Portugal e o primeiro presidente, e líder histórico, da ANJE a Associação Portuguesa de Jovens Empresários .
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus.