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Morte de operacional na Lousã é momento de "tremenda amargura e sofrimento" para bombeiros

12 jul, 2020 - 09:05 • Beatriz Lopes com redação

Jaime Marta Soares garante que "estes incidentes não acontecem por incompetência ou incapacidade dos bombeiros" e que "voluntariado em Portugal não é sinónimo de amadorismo".

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A morte do chefe José Augusto, da corporação de bombeiros Miranda do Corvo, no combate a um incêndio na Lousã, é motivo de "tremenda amargura e sofrimento" para a classe. Quem o diz é Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros.

"Trata-se de um companheiro nosso, com muitos anos de luta e de entrega a uma causa", afirma, em declarações à Renascença.

Marta Soares faz questão de dizer ainda que "as situações que ocorrem não acontecem por incompetência ou incapacidade dos bombeiros".

"Os bombeiros portugueses são muito competentes", considera. "Voluntariado em Portugal não é sinónimo de amadorismo".

O bombeiro que morreu durante o combate a um incêndio na Serra da Lousã tinha 55 anos e era o chefe da equipa dos bombeiros de Miranda do Corvo.

Há ainda três feridos a registar. Um deles está em estado grave e foi transportado para o hospital de Coimbra.

Os outros feridos são dois bombeiros da corporação municipal da Lousã, que receberam assistência hospitalar por inalação de fumos.

As circunstâncias do caso ainda não são conhecidas, mas Jaime Marta Soares fala numa "zona muito complicada", com pouca humidade, e acredita que a juntar-se a isto, a trovoada seca agravou o combate ao incêndio.

"Numa situação destas, as trovoadas secas podem criar vários incêndios, cada raio é um disparo. São situações que muitas vezes são quase impossíveis de combater, é a natureza em força e o homem, perante a força da natureza, muitas vezes acaba por soçobrar", afirma Marta Soares.

Já questionado sobre o facto da Página da Autoridade Nacional da Proteção Civil estar sem informações atualizadas sobre incêndios há uma semana, o Presidente da Liga dos Bombeiros fala numa "situação incompreensível".

“É inimaginável uma coisa destas, como é que não se tem uma estrutura, um plano B ou C para evitar uma situação destas, porque a comunicação e a informação é fundamental para que se descansem as populações e para informar a comunicação social, que é uma ferramenta fundamental, para que se saiba todos os dias o que se está a passar. Até porque tem um efeito pedagógico, que ajuda a evitar males maiores. Por isso eu não compreendo, não dá para compreender", afirma.

Presidente da República, primeiro-ministro e ministro da Administração Interna já lamentaram a morte deste operacional.

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