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França. Catedral de Norte-Dame vai ser reconstruída de forma idêntica sem acrescentos

10 jul, 2020 - 07:57 • Lusa

Incêndio ocorreu na noite de 15 de abril de 2019. A reconstrução deve demorar cinco anos, estando a reabertura prevista em 2024.

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O Presidente francês, que planeava equipar Notre-Dame com uma nova flecha [pináculo] contemporânea após o incêndio, tem agora “a convicção” de que a catedral e o pináculo devem ser restaurados da mesma forma, anunciou o Palácio do Eliseu.

Emmanuel Macron “adquiriu a convicção” de que a catedral deve ser restaurada no estado original, disse a Presidência, depois de uma reunião da Comissão Nacional de Património e Arquitetura (CNPA), composta por autoridades, especialistas e arquitetos da obra.

“O Presidente confiou nos especialistas e pré aprovou as principais linhas do projeto apresentado pelo arquiteto-chefe, Philippe Villeneuve, que planeia reconstruir o pináculo de forma idêntica”, disse a presidência.

Este projeto propõe globalmente uma restauração de Notre-Dame e da flecha [pináculo] da maneira mais próxima ao seu estado antes do incêndio que ocorreu na noite de 15 de abril de 2019.

Para surpresa de todos, o chefe de Estado mencionou, logo após o desastre, a possibilidade de um “gesto arquitetónico contemporâneo” para reconstruir a catedral, estimulando a imaginação de muitos arquitetos. Alguns propuseram uma torre de vidro, a criação de um parque de jardins orgânicos no telhado ou um terraço panorâmico.

O arquiteto Philippe Villeneuve sempre defendeu a fidelidade à obra retocada no estilo gótico no século XIX, por Viollet-le-Duc, da qual todos os planos são mantidos, e argumentou que essa opção possibilita cumprir melhor os prazos de reconstrução em cinco anos, conforme desejado por Macron.

Uma opinião clara que deu origem a um conflito insólito, no fim de 2019, com o general Jean-Louis Georgelin, nomeado para supervisionar o local, que pediu ao arquiteto-chefe para “fechar a boca”, depois da sua oposição a um pináculo contemporâneo.

A catedral encontrava-se em obras de restauro no seu exterior quando, em abril do ano passado, deflagrou um violento incêndio que demorou cerca de 15 horas a ser extinto.

A origem acidental do incêndio, um curto-circuito, continua a ser privilegiada, embora a causa do fogo não esteja esclarecida, e os resíduos calcinados deverão ser analisados ao pormenor para detetar o menor indício.

As obras de Notre-Dame têm enfrentado vários imprevistos, desde a necessidade de adotar medidas contra a contaminação por chumbo até à crise do novo coronavírus, passando pelo mau tempo no final de 2019, mas foram retomadas no final de abril.

Adiado devido ao confinamento, o delicado desmantelamento dos andaimes que rodeiam Notre-Dame, deformada e soldada pelo calor do incêndio, vai ser concluído “até ao final de setembro, o mais tarde”, assegurou o general Georgelin, na semana passada.

A restauração propriamente dita de Notre-Dame só vai começar depois desse desmantelamento, embora o chefe de Estado francês planeie uma reconstrução em cinco anos, com reabertura em 2024.

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