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Surto em Reguengos de Monsaraz. Autarcas espanhóis querem fechar fronteira para evitar propagação

10 jul, 2020 - 12:00 • Anabela Góis com lusa

O município alentejano registou, na quinta-feira, o segundo dia consecutivo sem novos casos de covid-19 relacionados com o surto num lar da cidade.

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Dois municípios espanhóis da província de Badajoz pediram o fecho dos postos de fronteira, que têm com Portugal, até que haja um protocolo de saúde para responder ao surto de Covid-19 em Reguengos de Monsaraz.

"Solicitamos que sejam iniciados com urgência os procedimentos de encerramento das fronteiras e postos fronteiriços que se encontram nas nossas áreas municipais, permitindo a passagem apenas aos trabalhadores transfronteiriços que, por motivos de força maior, o devam fazer diariamente, até que seja estabelecido um protocolo transfronteiriço para o controlo da Covid-19 nas áreas fronteiriças", pedem os presidentes de câmara de Villanueva del Fresno e Valência del Mombuey numa carta enviada à Delegação do Governo espanhol da Extremadura.

Ramón Díaz Farías (Villanueva) e Manuel Naharro Gata (Valência) pedem ainda que seja elaborado um "protocolo sobre saúde pública transfronteiriça, bem como a adoção de quaisquer medidas necessárias para o controlo e isolamento da Covid-19".

“Não é Espanha contra Portugal nem Portugal contra Espanha. É Espanha e Portugal contra o coronavírus. Pedimos o fecho das fronteiras, que as autoridades de saúde publica de Espanha e Portugal se ponham de acordo para fazerem o controlo nas fronteiras contra o vírus nesta zona raiana. Em Espanha por causa de 80 casos em La Mariña – na Galiza - confinaram-se 80 mil pessoas. Em Portugal com mais de 100 casos não se confinou uma população como a de Reguengos de Monsaraz", refere o mesmo documento.

"Hoje pode ser Reguengos, amanhã pode ser Villanueva del Fresno", rematam os autarcas espanhóis.

O concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, com um total, segundo dados de quinta-feira, de 131 casos ativos, 16 mortos e 14 pessoas curadas (cinco funcionários do lar e nove pessoas da comunidade).

Os dois municípios da província de Badajoz sublinham que existe um "vazio legal" em relação às medidas a serem adotadas dos dois lados da fronteira, já que tanto Espanha como Portugal têm atualmente mecanismos diferentes para controlar a doença.


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  • José J C Cruz Pinto
    10 jul, 2020 Ílhavo 16:25
    E vê-se logo - não se vê? - a pena e a triste e subalterna figura que valeram a cerimónia solene de reabertura da fronteira. Será que vão também celebrar publicamente o seu eventual encerramento? Por que não? Não parecem (nem parecemos nós todos) ter emenda - está tudo substancialmente bem (não está?), e somos dos maiores. Vai uma apostinha que, pelo andar da carruagem, muitos mais surtos irão aparecer? Um deles poderá vir a ter origem em pleno centro de Ílhavo, onde neste momento se alinham cadeiras e montam palco e outras tralhas para o grande e imprecindível "acontecimento" da chamada "Rádio Faneca"! [Alguém sabe - ou quer saber - o que é?] Parece ir ser uma grande festa! - Se calhar, não será um ajuntamento, ... pois não? Depois, queixem-se... e atrevam-se a vir com um "peditório".
  • José J C Cruz Pinto
    10 jul, 2020 Ílhavo 14:21
    Como se vê, não são só os "malvados" britânicos - são todos ou quase todos os europeus (todos "malvados", não é verdade), e agora até os "nossos irmãos" (irmãos, uma gaita!) do outro lado da fronteira. Não dá para entender que a culpa só pode ser nossa?

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