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Programa Alimentar Mundial

Fome. ONU diz que situação no Iémen é "extremamente grave” e exige resposta imediata

10 jul, 2020 - 16:22 • Lusa

O conflito no Iémen causou dezenas de milhares de vítimas, na maioria civis, e quatro milhões de deslocados.

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A situação no Iémen, onde 10 milhões de pessoas sofrem por falta de alimentos, exige uma resposta imediata, alertou hoje o Programa Alimentar Mundial (PAM).

A agência da ONU assinalou necessitar “com urgência” de 737 milhões de dólares (651,9 milhões de euros) para a ajuda até ao final do ano.

“Devemos agir agora e agir rapidamente. É extremamente grave, todos os indicadores estão no vermelho”, declarou Elisabeth Byrs, porta-voz da agência, numa conferência virtual com a imprensa em Genebra.

“Já reduzimos a distribuição de alimentos no norte do país para metade”, disse, sublinhando que “perto de 10 milhões de pessoas sofrem de má nutrição severa no Iémen”, país em guerra desde 2014 e que enfrenta a pior crise humanitário do mundo, segundo a ONU.

Byrs explicou que em 2019 “graças a um aumento massivo da sua ajuda, o PAM e os seus parceiros conseguiram impedir que o Iémen arriscasse a fome”, mas, alertou, “os sinais de alerta voltaram e com a pandemia de coronavírus a situação pode piorar se a ação humanitária for adiada”.

“O Iémen enfrenta uma crise em várias frentes”, lembrou, indicando o aumento dos preços dos produtos essenciais, a desvalorização galopante do rial (a moeda nacional), a expansão da covid-19 e a continuação da guerra.

As agências humanitárias têm vindo a alertar há várias semanas para a situação no Iémen, onde mais de dois terços da população depende de ajuda humanitária e para o qual a ONU só conseguiu recolher metade dos 2,41 mil milhões de dólares da ajuda necessária numa conferência de doadores virtual organizada em junho.

O conflito no Iémen opõe as forças do governo reconhecido internacionalmente, apoiadas por uma coligação militar internacional dirigida pela Arábia Saudita, aos rebeldes xiitas Huthis, ajudados pelo Irão e que se apoderaram em 2014 de uma grande parte do norte do país, incluindo a capital, Sanaa.

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