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Coronavírus

Ministério Público está a averiguar surto de Covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz

09 jul, 2020 - 18:41 • Lusa

Concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, com um total, segundo dados desta quinta-feira, de 131 casos ativos, 16 mortos e 14 pessoas curadas

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O Ministério Público (MP) indicou esta quinta-feira que "está a proceder a averiguações" sobre o surto de Covid-19 que surgiu num lar em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, que já provocou 16 mortos.

Questionado pela agência Lusa sobre a eventual abertura de um inquérito, o magistrado do MP coordenador da Comarca de Évora respondeu: "O Ministério Público está a proceder a averiguações sobre o assunto e situação em causa".

Com a situação no lar, o concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, com um total, segundo dados desta quinta-feira, de 131 casos ativos, 16 mortos e 14 pessoas curadas (cinco funcionários do lar e nove pessoas da comunidade).

A Lusa tentou, quinta-feira à tarde, obter um comentário do presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, sobre as “averiguações" do MP, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas.

O número de vítimas mortais resultantes deste surto epidémico, detetado, a 18 de junho, no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), ascende, até hoje, a 16, tendo três dos óbitos ocorrido na instituição de apoio à terceira idade e as outras 13 pessoas morrido no HESE.

Os óbitos foram 14 idosos utentes do lar, um profissional da instituição e uma pessoa da comunidade.

Os casos ativos do surto da doença provocada pelo novo coronavírus neste concelho alentejano ascendem a 131 (na quarta-feira eram 133), dos quais 85 no lar da FMIVPS e 46 na comunidade, segundo um comunicado divulgado hoje pela Câmara e Autoridade de Proteção Civil de Reguengos de Monsaraz, com os dados mais recentes da situação epidemiológica.

O município indicou que, dos 85 casos ativos de covid-19 no lar da FMIVPS (na quarta-feira eram 86, mas baixou devido a uma morte entretanto registada), 66 são de utentes e 19 são de funcionários.

No HESE, assinalou a câmara, estão internadas 10 pessoas relacionadas com este surto, das quais nove são utentes do lar, cinco deles em cuidados intensivos, e a outra é um caso de infeção na comunidade, que se encontra igualmente nos cuidados intensivos.

Os profissionais do lar que se encontram positivos estão “todos a recuperar nas suas residências”, acrescentou a autarquia.

“Relativamente ao controlo da propagação na comunidade, não se registou qualquer caso no dia de ontem [quarta-feira] nos testes com resultados conhecidos durante o dia”, disse.

Segundo a câmara, “continua o surgimento de novos casos de cura” e “a Autoridade de Saúde Pública considera que o surto está em resolução, caso não existam novas cadeias desconhecidas”.

Depois de os idosos infetados terem sido transferidos, no final da semana passada, para as instalações do pavilhão multiusos do parque de feiras e exposições da cidade, transformado num hospital de campanha, o lar foi alvo de descontaminação geral e, na sexta-feira, decorre uma limpeza e devem arrancar trabalhos de pintura, que se prolongarão por “três a quatro semanas”, segundo o autarca local.

Até hoje, “não há formalmente” qualquer utente do lar curado, reconheceu hoje o presidente da câmara, mas a ideia é que, mal os idosos tenham dois testes negativos, possam “começar a voltar para o lar”, de forma progressiva, já com os arranjos efetuados.

Portugal contabiliza pelo menos 1.644 mortos associados à Covid-19 em 45.277 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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  • Rui Santos
    10 jul, 2020 Talvez em Portugal. 21:57
    Revela bem o grau de abandono a que o interior (em especial o Alentejo) têm sido votados (e votam, não sei para quê). Alentejo ficou no Alqueva, apesar dos bons negócios da água e da energia. As pessoas ficaram ignoradas, claramente "ignoradas". Portalegre por exemplo nem existe no mapa das campanhas eleitorais. Um Alentejo com tudo (TUDO) ainda por fazer. Um capacho, literalmente CAPACHO de Lisboa.

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