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Escrivaninha de Fernando Pessoa e primeira edição da "Mensagem" ficam no Museu do Pão

07 jul, 2020 - 07:42 • Liliana Carona

Para o museu, localizado em Seia, no cimo da Serra da Estrela, “é uma excelente oportunidade para trazer a arte e a cultura para o interior”.

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Sabe quantos poemas de Fernando Pessoa fazem referência ao pão? São várias dezenas. A pensar nisso e em trazer a cultura para o Interior, o Museu do Pão, em Seia, adquiriu a escrivaninha que um dia pertenceu ao poeta e uma rara primeira edição da obra “Mensagem”.

As duas obras ficam acessíveis ao público através da sua integração no circuito expositivo permanente do museu.

O poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta e tradutor Fernando António Nogueira Pessoa, nascido em Lisboa no dia 13 de junho de 1888, talvez em vida não imaginasse que um dia a escrivaninha, onde deitara mãos às obras que se tornaram universais, tivesse como destino a zona mais alta de Portugal Continental – o cimo da Serra da Estrela, onde fica localizado o Museu do Pão.

“Queríamos fazer uma exposição temporária enquadrando poemas sobre o pão e deu-se a feliz coincidência de haver um leilão da família de Fernando Pessoa, com algumas peças de uso pessoal de Fernando Pessoa, e achámos que era uma excelente oportunidade para trazer a arte e a cultura para o Interior, que é o nosso grande propósito”, justifica a diretora de marketing do grupo ‘O Valor do Tempo’, que detém o Museu do Pão. Sónia Felgueiras sublinha que é um privilégio estar no Interior de Portugal, “para não centralizar tudo numa só região”.

Sobre a escrivaninha, Sónia Felgueiras diz que “o que tem de especial foi o facto de ser de uso pessoal de Fernando Pessoa, não sabemos de que data é, mas saber que foi ali que se inspirou para tantas obras é um grande orgulho”, assume.

A diretora de marketing do grupo mostra ainda outra relíquia de Fernando Pessoa, adquirida também para ficar em permanente exposição no Museu do Pão, em Seia.

“Temos também uma raríssima primeira edição da Mensagem, com 44 poemas que enaltecem os feitos gloriosos das descobertas portuguesas”, realça, acrescentando que “tendo o Museu quatro salas, enquadrámos a escrivaninha na sala do pão político, social e religioso, onde foi colocada ainda uma escultura e três exemplares da revista Orpheu e por graça também uma chávena do café ‘A Brasileira’, no Chiado, onde Fernando Pessoa se reunia com outros intelectuais e artistas”. Tanto a primeira edição da Mensagem como a escrivaninha vão ficar permanentemente no Museu do Pão, em Seia.

Os visitantes vão ainda poder ler poemas dedicados ao pão, dezenas deles da autoria de Fernando Pessoa, na exposição temporária “Poemas para saborear com prazer…".

“De autores nacionais e internacionais, uma boa parte deles da autoria de Fernando Pessoa. Fizemos uma difícil seleção, dezenas de poemas muito bonitos com referência ao pão”, conclui.

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