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Pandemia de ​Covid-19

Sindicato acusa ARS de Lisboa e Vale do Tejo de ser "responsável pelo descontrolo da pandemia"

06 jul, 2020 - 15:38 • Eunice Lourenço

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, exige igualmente a "remuneração devida" para os médicos de saúde pública. "Disponibilidade permanente não quer dizer trabalho escravo a toda a hora", lembra.

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A responsabilidade do que está a acontecer na região de Lisboa e Vale do Tejo no que diz respeito ao contágio por Covid-19 é da Administração Regional de Saúde (ARS). A acusação é feita por Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos

Roque da Cunha diz que na ARS de Lisboa e Vale do Tejo as nomeações políticas se sobrepuseram às competências técnicas. E o resultado está à vista.

"A verdade é que a autoridade de saúde [de Lisboa e Vale do Tejo] é a responsável pela circunstância do descontrolo da pandemia em Lisboa. E, por isso, é fundamental que os médicos de saúde pública tenham a remuneração devida. Disponibilidade permanente não quer dizer trabalho escravo a toda a hora; quer dizer que estão disponíveis para a qualquer momento responderem às questões. Mas é essencial que descansem e é essencial que tenham condições de trabalho”, referiu o presidente do Sindicato Independente dos Médicos.

"No inverno isto vai ser muito pior"

Roque da Cunha foi um dos participantes da reunião desta segunda-feira entre o Presidente da República e o Fórum de Saúde Pública. Uma reunião que está pedida ainda antes da pandemia e se concretizou hoje, servindo para os médicos alertarem para a necessidade de reforço da saúde pública, como disse o bastonário Miguel Guimarães, na conferencia de imprensa que se seguiu

"Aquilo que são os recursos necessários para a saúde pública, para a medicina do trabalho, para os hospitais e para os centros de saúde, vão ser muito mais. E há uma questão que é fundamental, que é a questão do inverno. Porque no inverno isto vai ser muito pior: temos mais doentes, temos a gripe sazonal, temos a descompensação de muitas doenças crónicas. E podemos ter uma segunda onda do novo coronavírus. Temos que planear isto rigorosamente e o tempo já está a contar”, lembrou Miguel Guimarães.

O bastonário dos médicos acredita que se forem postos rapidamente no terreno os meios e as medidas necessárias, será igualmente possível relançar a economia.

"Se nós rapidamente, e antecipando as medidas que têm que ir para o terreno – e que já deviam ter ido para o terreno há mais tempo –, conseguirmos conter estas infeções que estão a acontecer, rapidamente vamos também relançar a economia. Até porque a economia que depende da indústria já está a funcionar. Mas economia que depende do turismo continua a estar padada. E isto é altamente lesivo para o nosso país e para todos nós”, referiu.

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