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Covid-19. DGS não contabiliza todos os infetados

04 jul, 2020 - 08:42 • Redação

Os dados da DGS mostram que 78 municípios não tiveram nenhum caso entre 6 de junho e 1 de julho. Mas deixam em dúvida se resultam de um ‘apagão’ estatístico ou se têm mesmo conseguido manter os números a zeros.

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A Direcção-Geral de Saúde não está a contabilizar todos os casos de infeção por Covid-19. Segundo o semanário Expresso há laboratórios, universidades e médicos que não registam os casos positivos.

O mesmo jornal escreve ainda que o boletim tem concelhos, como o Porto ou Lousada, há semanas sem novos infetados mas os hospitais negam que isso seja verdade.

Segundo a mesma notícia, há vários profissionais no terreno e antigos responsáveis do sector põem em causa a veracidade da dimensão da infeção.

As denúncias são varias e referem-se a discrepâncias nos registos entre as instituições locais e as autoridades de saúde nacionais. Entre elas estão os surtos noticiados que não aparecem logo na estatística da Direção-Geral da Saúde (DGS), diferenças entre o número total de infeções e a distribuição por concelhos, um número maior de casos registados pelas autoridades de saúde do que o reportado na base de dados totais ou até concelhos que o boletim oficial refere não terem novos doentes há semanas mas onde continua a haver admissões covid nas Urgências locais e unidades de saúde pública a identificar positivos.

Um dos exemplos em que isso está a suceder é no Norte do país. Os dados dos boletins diários da DGS mostram que um quarto dos concelhos não tem nenhum novo caso de infeção precisamente desde o dia 6 de junho, entre eles Porto, Matosinhos, Braga, Gondomar, Maia e Guimarães.

Mas ao contrário do que revelam os números oficiais da DGS, os hospitais como as unidades de saúde pública do Norte ouvidos pelo Expresso confirmam o registo de novos casos em alguns destes concelhos durante o último mês.

Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou mais 11 mortos (toda na região de Lisboa e Vale do Tejo) e 374 infetados (300 dos quais também nesta região) com Covid-19.

O número de óbitos revelado na sexta-feira é o mais alto desde 2 de junho, quando houve 14 mortes.

Ainda segundo o boletim epidemiológico diário da DGS, e desde o início da pandemia, Portugal regista um total acumulado de 43.156 casos positivos – dos quais 28.424 já recuperaram –, enquanto o número de mortos relacionados com esta doença respiratória infecciosa totalizou 1.598 esta sexta-feira.

Os 11 óbitos hoje registados ocorreram na Região de Lisboa e Vale do Tejo, que concentra mais novos casos de infeção, 300 ao todo.

Esta é região do país mais afetada pela covid-19, com um total de 491 mortes entre 19.956 infetados.

Seguem-se as regiões do Norte, que mantém 819 mortos entre 17.664 infetados (+40); do Centro, com 248 mortos (número revisto em baixa em relação a quinta-feira, que contabilizava 249) entre 4.137 infetados (+16); do Algarve, com 15 mortos (sem alterações em relação a quinta-feira) e 649 infetados (+10) e do Alentejo, com 10 mortos (+1) entre 507 infetados (+8).

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  • José J C Cruz Pinto
    04 jul, 2020 Ílhavo 09:52
    Se for esse o caso, como podemos exigir a terceiros que levem os números portugueses a sério? E, mesmo podendo os números ser os correctos, estão ou não estão a aumentar? Sou eu que, sem me dar conta, estou a olhar a "curva" enquanto faço o pino?

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