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Coronavírus. Não há descontrolo em Lisboa, garante Marta Temido

02 jul, 2020 - 01:20 • Redação

Ministra confirma “sobressalto” e quer “mais eficiência”. O Rt nacional está em 0.9.

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A ministra da Saúde considera que não há “descontrolo” na evolução da pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), mas confirma que “é uma situação de sobressalto, que não nos deixa estar tranquilos”.

Em entrevista à RTP, Marta Temido confirma que o número de casos de Covid-19 em LVT “tem-se mantido num planalto persistente” e que as autoridades de saúde estão com “dificuldades em quebrar cadeiras de transmissão”. Por isso, “há questões por responder sobre as circunstâncias que justificam esta situação”.

A governante, ainda sem certezas sobre o porquê deste elevado número de casos, refere apenas que “são tipicamente zonas desse tipo, densamente povoadas, onde as pessoas circulam muito e onde é difícil intervir pela multiplicidade de contactos”.

“Para haver [descontrolo], teríamos de ter, e não estamos a ter, um crescimento exponencial [de casos] e reflexos em termos de sobreutilização do Serviço Nacional de Saúde. Não é isso, felizmente, que está a acontecer”, acrescentou.

A ministra da Saúde reconhece, no entanto, que já há “dois hospitais que têm tido maior pressão”: o Amadora-Sintra e o hospital Beatriz Ângelo.

Na televisão pública, Temido referiu que o Rt (risco de contágio) até baixou na última semana e está ligeiramente abaixo de 1. Os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge apontam para um RT no país de 0,99 entre 24 e 28 de junho.

Questionada na Grande Entrevista sobre o facto de Portugal ter neste momento um dos piores valores da Europa, a governante deixou algumas comparações, sem, no entanto, lembrar o número de habitantes: “Se avaliarmos números, a 1 julho Suécia tinha 784 casos novos, a Roménia 388, o Reino Unido 689, França 451, Alemanha 456”. Portugal teve 313.

Sobre uma eventual segunda vaga no inverno, em que se pode juntar a gripe sazonal com a Covid-19, Marta Temido reconhece: “Estamos preocupados”.

“Estamos a trabalhar no reforço da capacidade laboratorial. Precisamos de ampliar significativamente a nossa capacidade de testagem, que tem sido um dos sustentáculos da nossa ação. Queremos ir mais além”, referiu.

A governante repetiu que o Estado comprou “mais 600 mil doses de vacinas [para a gripe] do que os 2 milhões que são habituais. A intenção é administrar mais cedo e evitar o mais possível que tenhamos convivência de infeções que nos irão dificultar o trabalho”.

Nesta entrevista, Marta Temido reconhece um problema: faltam médicos de saúde pública.

“Temos 363 médicos de saúde pública no país, no SNS. Não há mais. É claramente pouco. E a idade média são 59 anos. É uma força de trabalho envelhecida”. Este “é um problema que não é de hoje”, referiu.

Sobre a app que poderá auxiliar a rastrear contactos de infetados, a ministra lembrou que a Comissão Nacional de Proteção de Dados “veio fazer um conjunto de recomendações que será preciso acautelar, em termos de processo legislativo e de enquadramento da aplicação”.

No que diz respeito às críticas deixadas pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa ao trabalho das chefias de saúde, Marta Temido garantiu que “não ficou surpreendida”.

“Ao longo destes quatro meses, o ministério, autoridades de Saúde e Direção Geral da Saúde têm sido objeto de muita atenção, muito escrutínio e muitos reparos. Isso aconteceu no Porto, em Ovar. Se precisamos de maior eficiência? Nisso estamos todos de acordo”, referiu.

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