02 jul, 2020 - 10:45
Milhares de adeptos violaram as regras de distanciamento social, em Sófia, antes, durante e depois da final da Taça da Bulgária, disputada entre CSKA de Sófia e Lokomotiv Plovdiv, na quarta-feira.
O Governo local permitiu a presença de 12 mil espectadores no Estádio Vasil Levski, que tem capacidade para cerca de 45 mil espectadores, mas as claques dos dois clubes concentraram-se nas bancadas, ignorando qualquer risco de contágio por Covid-19.
O primeiro-ministro, Boyko Borissov, deu ordem ao ministro da Saúde, Kiril Ananiev, para assitir ao jogo e para monitorizar o cumprimento das regras sanitárias. Além do claro desrespeito pela distância mínima exigida, poucos adeptos usaram máscara, apesar de terem sido distribuídas gratuitamente à entrada do estádio.
Apesar da terem permitido a presença de adeptos no jogo, os governantes não ficaram imunes a cânticos insultuosos, por terem suspendido o futebol na Bulgária durante três meses, devido à pandemia.
O futebol búlgaro vive com o problema da violência das claques e da ligação de vários desses grupos a movimentos extremistas. É frequente a promoção de mensagens racistas e xenófobas durante os jogos.
A final da Taça não foi exceção, com os adeptos do CSKA a referirem-se aos adversários como "ciganos" e os do Lokomotiv a exibirem uma tarja com a mensagem "White Lives Matter", troçando com com o movimento "Black Lives Matter", que pretende alertar para a violência direcionada para as pessoas negras.
O jogo, que decorreu sobre este ambiente, terminou emptado a zero. Nos penáltis, o Lokomotiv Plovdiv venceu, por 5-3, repetindo a conquista da época passada. O português Dinis Almeida marcou um dos penáltis do Plovdiv e ergeu o troféu. Tiago Rodrigues e Rúben Pinto foram titulares no CSKA.