Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Coimbra

Festas da Rainha Santa sem procissão noturna nem gala solidária

01 jul, 2020 - 12:36 • Liliana Carona

​No ano em que se iniciam as comemorações dos 750 anos do aniversário natalício de Santa Isabel, a procissão noturna que decorre nos anos pares não irá ser realizada, por causa da pandemia de covid-19. No entanto, o carisma da Santa que regeu a vida pela dedicação aos mais pobres e desfavorecidos irá ser assinalado com diversas cerimónias religiosas.

A+ / A-

Padre há quase seis décadas, António Sousa, de 83 anos, é o pároco de Santa Clara, em Coimbra, há 15 anos. este ano, pela primeira vez, não vai participar da procissão noturna que decorre nos anos pares em honra de Santa Isabel.

A procissão, que tem mais de cinco séculos, não se realizará devido à covid-19, mas o carisma de bondade e amor ao próximo da Rainha Santa vai ser assinalado em diversas cerimónias religiosas. “Não há a grande procissão, que faz muita falta, é a estampa, as festas da cidade que não vão ter o brilho que tinham, mas, no dia 4 de julho, há uma missa às 9h00 e outra às 11h00, presididas pelo senhor bispo e, às 17h30 ,a missa vespertina”, adianta o sacerdote à Renascença.

O túmulo em prata, no Mosteiro de Santa Clara, onde, em 1336, foi depositado o corpo de D. Isabel, mulher de D. Dinis, pode ser visitado e, em certas alturas, ainda é exibida a mão da Rainha Santa. “Em alguns acontecimentos e aniversários especiais, há um local onde se pode ver a mão, já seca, com a pele de cor acastanhada”, conta António Sousa.

O culto à Santa que foi rainha de Portugal é recordado e justificado pelo padre António Sousa: “As pessoas têm uma grande devoção à Rainha Santa, há uma grande tradição, não só em Coimbra, mas em todo o país. Fazem muitas promessas, porque, além de ser rainha, a mulher de D. Dinis foi Santa, o seu carisma junto dos mais pobres, dos doentes, visitando-os nas suas casas, não mandava lá as empregadas."

”“Foi rainha não para se governar ou para ter muitos serviçais, mas para estar ao serviço dos outros”, enfatiza o padre António Sousa.

Para além de impedir que se realize a procissão noturna, a pandemia obrigou também a cancelar o evento solidário "Gala das Rosas". Para o pároco de Santa Clara, “não vale a pena remar contra a maré”, mas a mesa administrativa da Confraria da Rainha Santa Isabel propõe calendarizar as procissões - excecionalmente, e com a autorização do Bispo de Coimbra - para 2021, ano ímpar, mas no qual a Confraria continuará a celebrar os 750 anos do nascimento de Santa Isabel de Portugal.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+