Tempo
|
A+ / A-

Covid-19 em Lisboa. Medina exige mudança de chefias na saúde

30 jun, 2020 - 08:02 • Marta Grosso com redação

Presidente da Câmara e da Área Metropolitana de Lisboa critica a maneira como a pandemia na região foi tratada e deixa alertas. “Estamos numa fase crítica: ou controlamos isto agora ou chegamos a uma fase em que isto nos sai das mãos”.

A+ / A-

Fernando Medina mostra-se muito crítico da maneira como tem sido gerida a pandemia na região de Lisboa. O presidente da Câmara da capital diz que falhou a ação no terreno e sugere uma alteração das chefias nas autoridades de saúde.

“Com aquilo que hoje conheço no terreno, sinto-me na obrigação de fazer este alerta: ou as coisas rapidamente, se colocam dentro dos eixos em matéria de ação no terreno, ou então tem de haver alteração rápida e decisiva das chefias para que esta operação seja montada com sucesso”, afirmou o autarca na segunda-feira à noite, no habitual comentário na TVI24.

“Isto é válido ao nível local e ao nível regional e o Ministério tem de prestar uma atenção central a isto”, apela Medina, sublinhando que “com maus chefes e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra”.

“Não estamos aqui dependentes de nada que não saibamos dominar. É simples: capacidade de direção, de organização e recursos para levar a cabo”, conclui.

O também presidente da Área Metropolitana de Lisboa é crítico de como foi feita a informação sobre “a real situação” na região.

Falhou claramente a informação do apoio à decisão”, afirma, “porque, quando foram tomadas as decisões de desconfinamento – que, aliás, se mostraram e estão a mostrar-se como acertadas relativamente à generalidade do país – na região de Lisboa, quando começaram a surgir os dados dos indicadores dos novos infetados a subir, as razões que foram aduzidas para essa avaliação mostraram-se claramente insuficientes ou até erradas relativamente ao diagnóstico da situação”.

Medina critica a demora nos resultados dos testes e nos inquéritos. “Quando se mandam fazer rastreios generalizados, mas depois os testes demoram muito tempo ou os inquéritos demoram mais tempo ainda, então o problema das infeções já está noutro sítio que não aquele e não temos uma ação consequente. Houve quebra da capacidade de rastreio das cadeias de transmissão que estavam ativas”, condena.

É por isso que, segundo o presidente da Câmara de Lisboa, “falhou a ação no terreno”.

“Isto é essencial reconhecer para a fase em que estamos. E quero fazê-lo aqui com muita clareza, como presidente, aliás, da Área Metropolitana de Lisboa: não o faço com nenhum gosto, pelo contrário, mas faço-o com um sentido de responsabilidade de quem hoje conhece a situação, consegue identificar bastante melhor as lacunas que levaram a uma situação”, refere, reafirmando que há falta de coordenação e de meios.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que mais casos de Covid-19 regista todos os dias – número que tem aumentado, sobretudo, desde o desconfinamento.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Fernando Correia
    30 jun, 2020 16:22
    “Estamos numa fase crítica: ou controlamos isto agora ou chegamos a uma fase em que isto nos sai das mãos” - isto é um país de meias tintas, sem "tesón". Devia ter tido força e coragem para controlar todo o país, de forma firme - não dura, mas firme - e durante muito tempo, sem concessões. E isto abandalhou-se; o PM e o PR - sim, o PR - não deram sinais claros. Não percebem a gente que governam e de que são representantes. Isto é um país de frouxos desde que voltaram às fronteiras do século XV e estenderam a mão à Europa, vivendo de subsídios, gastando milhões de forma improdutiva e abrindo a porta a estrangeiros que nada têm a ver connosco - como os da Europa de Leste. Têm o país que fizeram, não se queixem. Gostava que um Camilo, um Eça ou ou Jorge de Sena voltassem e vissem, hoje, esta choldra abjecta ...
  • João Lopes
    30 jun, 2020 14:35
    Medina devia abandonar a Presidência da Câmara...
  • Romao
    30 jun, 2020 Paris 10:56
    O problema na AML é politico. As decisões são politicas portanto Sr. Presidenta da Camara ou da AML..... deixe-se de culpar os tecnicos; actue, faça o que tem que fazer e rapido
  • Petervlg
    30 jun, 2020 Trofa 08:57
    a uns tempos atras, dizia que estava a ser muito bem tratado pelos responsáveis da saúde, agora já não. se fosse noutra região do pais o governo já tinha ordenado um cerco sanitário, como a pandemia esta a evoluir em Lisboa já deviam a umas semanas ter efetuado o cerco sanitário, de modo a proteger o povo

Destaques V+