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Morreu João de Almeida, um dos mentores do Movimento de Renovação da Arte Religiosa

23 jun, 2020 - 16:09 • Ecclesia

Arquiteto e pintor tinha 92 anos de idade. "Com os arquitetos Nuno Portas e Nuno Teotónio Pereira, fundou o Movimento de Renovação da Arte Religiosa, ativo nos anos 1950 e 1960", sublinha a inistra da Cultura.

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O arquiteto e pintor João de Almeida, um dos mentores do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR) em Portugal, no séc. XX, morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 92 anos de idade.

A ministra da Cultura reagiu ao falecimento, em comunicado, evocando percurso de João de Almeida, desde os cursos de arquitetura e pintura que começou a frequentar na Escola de Belas Artes de Lisboa, a sua cidade natal, até ao encontro, em Basileia, com Hermann Baur, figura incontornável da arquitetura sacra na Europa Central.

“Com os arquitetos Nuno Portas e Nuno Teotónio Pereira, fundou o Movimento de Renovação da Arte Religiosa, ativo nos anos 1950 e 1960, que marcou indelevelmente a arquitetura e a visão das artes num Portugal muito marcado pelos modelos impostos pelo Estado Novo”, sublinha Graça Fonseca.

Também a Ordem dos Arquitetos manifesta o seu pesar pela morte, evocando o “autor de uma das primeiras igrejas modernas construída em Portugal, a Igreja de Santo António de Moscavide, feita em conjunto com António Freitas Leal em 1956”.

“Arquiteto, diplomado em 1967, depois de um percurso religioso que o levou a interromper o curso ainda nos anos cinquenta e a passar pela Suíça e Alemanha, onde então se desenvolviam importantes movimentos de reflexão sobre a arquitetura religiosa, e também por Espanha”, assinala a nota.

O arquiteto é referido na tese que João Alves da Cunha apresentou em outubro de 2014 sobre o Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), e a sua atividade nas décadas de 50 e 60 do último século.

"O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX", título do trabalho, recorda uma mudança no panorama da arte religiosa em Portugal, identificável num novo entendimento do papel social da Igreja, requerendo novos tipos de espaços face às conceções litúrgicas que viriam a ser consagradas no Concílio Vaticano II (1962-1965).

“João de Almeida foi, juntamente com Nuno Teotónio Pereira, diretamente responsável pela fundação do MRAR. Todo o material fotográfico e teórico que trouxe da sua passagem pela França, Suíça e Alemanha foi fundamental para formar e fundamentar os jovens arquitetos e estudantes de arquitetura”, pode ler-se.

“João de Almeida foi um dos maiores renovadores da ourivesaria sacra, tendo sido autor de uma vasta obra que contou com dezenas de cálices, várias píxides, sacrários, castiçais e uma belíssima custódia em prata”, acrescenta o autor.

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