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“Abraço solidário à comunidade”. Fundação Eugénio de Almeida cria fundo de 600 mil euros

18 jun, 2020 - 11:30 • Rosário Silva

Presidente da instituição, D. Francisco Senra Coelho, fala num “apoio concreto aos que dele precisam para ultrapassarem as dificuldades”, em tempos de crise. E são vários os setores abrangidos.

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A Fundação Eugénio de Almeida (FEA) anunciou, nesta quinta-feira, a criação de um Fundo Financeiro Extraordinário (FFE) no valor de 600 mil euros, para ajudar a comunidade da região de Évora a ultrapassar os impactos socioeconómicos provocados pela pandemia.

O objetivo “é minimizar os impactos negativos sentidos pelas pessoas, famílias e organizações sociais da região de Évora, promover o combate à pobreza e a inclusão social”, indica a FEA, em comunicado enviado à Renascença.

O FFE agrega um conjunto de 12 medidas estruturadas entre si, para responder, explica a nota, “aos principais problemas identificados num diagnóstico de necessidades e impacto social realizado em colaboração com a Universidade de Évora que será monitorizado ao longo deste período para acompanhar de forma dinâmica a evolução do contexto socioeconómico.”

Para apoiar as famílias a suportar os impactos mais imediatos e gravosos, destacam-se as medidas de ajuda alimentar, já em execução, através de uma Cozinha Social, e de ajuda financeira, através do Apoio Social de Emergência, cujo “objetivo é apoiar financeiramente e de forma transitória as situações de carência dos agregados familiares que tenham registado uma diminuição dos seus rendimentos igual ou superior a 50 % como consequência da pandemia.”

Também a comunidade artística vai poder contar com uma medida de apoio especifico, através da apresentação de projetos individuais ou coletivos de artes performativas. Precisamente, nesta quinta-feira, dia 18, inicia-se a fase de candidaturas para o apoio à comunidade artística e apoio social de emergência.

Este “pacote” não deixa de fora as organizações sociais, a maioria a enfrentar grandes dificuldades financeiras. É, por isso, estimulada “a contratação de pessoas em situação de desemprego”, estando previstas “subvenções a IPSS em situação económica difícil e medidas de ajuda à contratação de funcionários prestadores de cuidados de saúde e apoio social, em complementaridade com outros apoios públicos.”

O apoio a pessoas desempregadas também está previsto, através de medidas que promovam a sua capacitação, com especial destaque para as “áreas das tecnologias de informação respondendo aos desafios da transformação digital do mercado de trabalho, em cooperação com o Instituto do Emprego e Formação Profissional.”

Entre as medidas previstas, o FFE, pretende promover a criação de uma espécie de laboratórios que destina ao que chama de “Geração de Novas Soluções Sociais”, investindo “em diferentes segmentos geracionais da comunidade”, incentivando “projetos de empreendedorismo e Inovação Social em busca de respostas para problemas emergentes”, neste novo contexto.

Tendo em conta que a educação é uma outra área privilegiada pela instituição, o FFE prevê, já no próximo ano letivo, o apoio a este setor, em colaboração com a Direção Geral de Educação do Alentejo, para “apoiar crianças provenientes de famílias, escolas e concelhos mais carenciados do Alentejo.”

Um esforço conjunto

Para tornar ainda mais eficaz este plano, o trabalho vai ser desenvolvido em colaboração com outras entidades que atuam na área social, como a Cruz Vermelha Portuguesa, a Cáritas Diocesana de Évora, a Santa Casa da Misericórdia de Évora, a Associação Pão e Paz e a Refood.

Tendo o concelho de Évora como área prioritária de intervenção, a FEA não coloca de parte interceder noutras localidades da região alentejana, caso se venha a justificar.

Para o arcebispo de Évora, que é também presidente da instituição, esta iniciativa insere-se “na missão da Fundação Eugénio de Almeida”, que assim, “dá um abraço solidário à comunidade.”

É, para D. Francisco Senra Coelho, “um abraço de esperança e coragem, um abraço de apoio concreto aos que dele precisam para ultrapassarem as dificuldades e retomarem o caminho de plena autonomia e projeto de vida.”

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