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Covid-19: Forcados convocam protesto por touradas serem "censuradas"

18 jun, 2020 - 15:02 • Lusa

Protestos marcados para dia 27, na grande maioria, junto a emblemáticas praças de touros do país.

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A Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) marcou para o dia 27 deste mês uma ação de protesto, em vários pontos do país, contra as políticas do Governo para a tauromaquia, na sequência da covid-19.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a ANGF anuncia que a iniciativa de protesto “marcha taurina” vai decorrer, “pelo menos”, em 20 localidades de Portugal continental e nos Açores, no dia 27 deste mês, pelas 10h00.

Os protestos vão decorrer, na grande maioria, junto às praças de touros de Lisboa, Alcochete, Alenquer, Chamusca, Moita do Ribatejo, Portalegre, Montijo, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Vila Franca de Xira, Beja, Caldas da Rainha, Coruche, Évora, Montemor-o-Novo, Moura, Samora Correia, Santarém, Tomar e na Ilha Terceira, nos Açores.

Sob o lema “A cultura não se censura”, a ANGF considera que o setor tauromáquico tem vindo a ser “injustamente discriminado e censurado” pelo Governo, numa “clara e inaceitável ditadura de gosto” por parte do Ministério da Cultura.

“Os milhões de portugueses que são aficionados e que representam este setor, que está intrinsecamente ligado a Portugal e aos portugueses, têm sido ignorados, maltratados e os seus valores sociais e culturais totalmente postos à prova”, lê-se no comunicado.

Na sequência do encerramento das praças de touros devido à pandemia, segundo a associação, "há milhares de pessoas” que vivem deste setor e que estão a “passar enormes dificuldades financeiras”, porque o Governo decidiu que “não podem trabalhar”.

“De uma forma totalmente ordeira e ordenada, sem palavras de ordem, respeitando os demais cidadãos, iremos demonstrar, para já localmente, a nossa indignação para com o comportamento inaceitável deste Governo”, acrescentam os representantes dos forcados.

Segundo a ANGF, são esperados no protesto os grupos de forcados associados (cerca de 40), tertúlias taurinas, cavaleiros, ganadeiros, matadores de touros e novilheiros, bandarilheiros, campinos, emboladores, bandas de música, escolas de toureio e empresários, além de aficionados.

No dia 6 deste mês, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse que os espetáculos tauromáquicos vão poder ser retomados “assim que as regras” para esse reinício “estiverem aprovadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS)”, devido à pandemia da covid-19.

Antes, em maio, a ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia defendeu que a atividade deveria ser retomada no dia 01 deste mês, data em que emitiu um comunicado alertando para os impactos que a pandemia está a causar no setor, com o cancelamento de cerca de 70 espetáculos, num prejuízo de quase cinco milhões de euros.

No plano de desconfinamento faseado apresentado pelo Governo, as salas de espetáculo, teatro e cinemas foram os últimos espaços culturais a reabrirem (no dia 01 deste mês), depois de meses fechados por causa da pandemia.

A 4 de maio reabriram as livrarias, bibliotecas e arquivos e, a 18 de maio, reabriram os museus, monumentos e palácios, galerias de arte e similares.

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