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Novo ministro das Finanças já tomou posse. Centeno no Banco de Portugal "é uma excelente hipótese", diz João Leão

15 jun, 2020 - 10:32 • Maria João Costa com Redação e Lusa

Cerimónia rápida de tomada de posse do novo ministro das Finanças, João Leão, marcada pelas declarações do primeiro-ministro e do novo ministro sobre a possibilidade de Mário Centeno vir a ser governador do Banco de Portugal.

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O novo ministro das Finanças, João Leão, tomou posse do cargo esta segunda-feira, numa cerimónia restrita, no Palácio de Belém, a que assistiram o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o primeiro-ministro, António Costa, e os governantes cessantes, sem outros convidados, por força da situação de pandemia.

Em declarações prestadas à saída de Belém, o novo ministro das Finanças disse, sobre a possibilidade de Mário Centeno vir a ser governador do Banco de Portugal, que "é óbvio que é uma excelente hipótese".

Nesta recomposição, que não alterou a dimensão do Governo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, foi promovido a adjunto do novo ministro.

Tomaram posse como novos secretários de Estado Cláudia Joaquim, com a pasta do Orçamento, João Nuno Mendes, com as Finanças, e Miguel Cruz, com o Tesouro.

António Costa: "Transição tranquila"

O primeiro-ministro, António Costa, disse que a mudança na pasta das Finanças constitui uma "transição tranquila”.

Questionado pelos jornalistas à saída da cerimónia, António Costa afirmou que Mário Centeno “tem todas as condições do ponto de vista pessoal e profissional” para assumir o cargo, mas esclareceu que irá abordar o assunto “com o novo ministro das Finanças e o atual governador”. Costa sublinhou também não tomará “qualquer decisão sem ouvir os partidos”, coisa que diz criticou no último Governo de Passos Coelho.

Também questionado sobre a possível ida de Mário Centeno para a liderança do Banco de Portugal, o novo ministro das Finanças afirmou: "É obvio que é uma excelente hipótese.”

No final da cerimónia de tomada de posse de João Leão, Costa criticou, ainda, o parlamento, que aprovou, na semana passada, uma lei que impõe um período de nojo de cinco anos para quem muda de cargos, como o caso de Centeno. “Essa lei é inaceitável”, atirou Costa

Nas palavras do chefe de Governo, legislações “com funções de perseguir pessoas são inadmissíveis”. Sobre o caso de Mário Centeno, afirmou que “ninguém compreende que o persigam por ter sido ministro deste Governo.” Costa desabafou mesmo que “há pessoas a quem o confinamento deve ter feito mal!” e aconselhou por isso “manter a calma e serenidade” e apelou a que depois da “prova” pela qual passamos, “o bom senso deve prevalecer.”

"Um prazer e uma honra"

“É para mim um prazer e honra servir o meu país neste momento de grande dificuldade e exigência”, disse João Leão, nestas suas primeiras declarações à imprensa como novo ministro das Finanças.

O sucessor de Mário Centeno mostra-se convicto de que “depois da pandemia” irá conseguir “voltar a colocar Portugal no caminho do crescimento da economia e do emprego, da confiança e sustentabilidade”.

João Leão que fez questão de destacar o trabalho com a equipa de Mário Centeno, com a qual aprovou cinco orçamentos de Estado, dizendo que “o lugar das contas certas” construído em conjunto com Centeno é algo de que se orgulha “muito”, mas agora “colocam-se novos desafios”.

"Não podemos dar passos maiores que a perna para garantir estabilidade para todos”, sublinhou

“O primeiro desafio é conseguir estabilizar o país”, diz o novo ministro, “quer no apoio às empresas, á liquidez e investimento, quer em termos sociais na proteção do rendimento das famílias”.

Questionado sobre se Mário Centeno lhe deu algum conselho, João Leão lembrou que “ao longo dos últimos quatro anos” foi “aprendendo com o trabalho notável e capacidade de liderança” de Centeno a quem agradeceu “os vários conselhos” que foi recebendo. “Foi através dele que aprendi bastante a liderar as finanças publicas”, explicou Leão.

Sobre o seu objetivo para este ano, João Leão explicou que será “estabilizar a economia, proteger os rendimentos”. “Sem salvar empresas e proteger postos de trabalho, não teremos uma economia em condições de crescer a partir do final do ano”, referiu o novo ministro das Finanças.

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