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Leilão solidário "online" para ajudar a Fundação "O Século"

09 jun, 2020 - 17:07 • Ana Lisboa

Até 20 de Junho, esta é uma maneira de angariar donativos para fazer face às muitas despesas que a instituição tem e, por outro lado, uma forma de "promover a cultura e os artistas portugueses".

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A ideia partiu da artista plástica Ivone Gaipi que fez a proposta à Fundação "O Século" num "momento crucial", já que a instituição "tem vindo a passar por um período de grandes dificuldades no último ano e meio", explica o seu presidente, António Júlio de Almeida.

O responsável explica que a sugestão da escultora e pintora "veio de encontro a uma ideia que nós estávamos aqui a tentar promover".

António Júlio de Almeida admite que "vamos abrir esta linha que acho que é interessante, porque nós não queremos só entrar nessa política da 'pedinchisse', mas ter alguma coisa para dar em troca, é bom". Além disso, sublinha, "estamos a promover a cultura e os artistas portugueses".

Assim, estão disponíveis 14 obras de arte que podem ser licitadas através do site da fundação.

As peças que estão em leilão podem ser vistas também presencialmente na exposição "A Arte e o Século", que está patente ao público na própria instituição, localizada em S. Pedro do Estoril, com a garantia de que são respeitadas "todas as medidas de desconfinamento definidas devido à pandemia da Covid-19".

As visitas podem ser feitas de segunda a sexta-feira das 9h00 às 17h00. Ao fim-de-semana, só com marcação prévia.

Parte das receitas da venda das obras de arte, isto é, 30%, vão reverter para ajudar a fazer face às muitas despesas que "O Século" tem. Se conseguisse vender todas as peças ao preço base, "iria render cerca de seis mil e quinhentos euros, que seria "uma ajuda muito importante para nós que andamos sempre a contar o dinheiro, sobretudo nesta fase", reconhece António Júlio de Almeida.

O presidente desta instituição, que assumiu funções no final de Março de 2018, aproveita para recordar que "em 2015, 2016 e 2017, nesses três anos, a Fundação perdia um milhão de euros por ano. Nós, em 2018, baixámos esse prejuízo para metade, cerca de 500 mil euros. E em 2019 ficámos com as contas equilibradas. Neste ano de 2020 já contamos ter resultados positivos, que são necessários".

Por isso, esta angariação de fundos é fundamental, "porque o dinheiro que estamos a gerar é insuficiente para pagar todas as dívidas que ainda temos. A dívida ao Estado já não temos, a trabalhadores também já não temos. Mas ainda temos a fornecedores e devemos à banca".

António Júlio de Almeida acrescenta que "cerca de metade das nossas receitas são comparticipações do Estado. A outra metade são rendas ou receitas diretamente resultantes da nossa atividade. Nós temos uma pequena unidade hoteleira com cerca de 30 quartos, 12 em suite, com vista para o mar", com acesso direto para a praia de S. Pedro do Estoril. Esta é "uma fonte de receita importante, são cerca de 20 a 25% da nossa receita anual que vem dessa atividade de turismo. Estamos parados desde Março, é uma quebra grande".

Este primeiro leilão que está a ser feito, "vem nessa linha de busca, sem estarmos sempre a pedir". Garante que será o primeiro de muitos outros. "Queremos fazer outras exposições, de joalharia, de pintura, etc". Em seu entender, são "novas soluções para financiar a nossa atividade e obtenção de receitas".

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