08 jun, 2020 - 11:42 • Redação
O presidente do PSD, Rui Rio, critica o Governo por permitir "ajuntamentos" de esquerda e proibir o mesmo em funerais ou adeptos nos jogos de futebol.
"Qual será o critério para o Governo permitir ajuntamentos? Funerais, futebol, missas, discotecas, desporto em geral, não! Comícios e manifestações de esquerda, sim!", escreve o líder do PSD na rede social Twitter.
Rui Rio termina a mensagem com um desejo: "esperemos que o vírus entenda aquilo que mais ninguém consegue entender".
A mensagem crítica de Rui Rio para o Governo acontece depois das manifestações de sábado, em várias cidades do país, contra o racismo e o fascismo, e de um comício ao ar livre do PCP no domingo, no parque Eduardo VII, em Lisboa, com a presença do líder comunista, Jerónimo de Sousa.
A ministra da Saúde foi questionada no sábado sobre as manifestações antirracistas que tiveram lugar em Lisboa e no Porto, juntando milhares de pessoas, apesar das recomendações do Governo para que não haja concentrações maiores do que 20 pessoas em todo o país, à exceção de Lisboa, onde o número é de apenas 10. Marta Temido recordou que o direito à manifestação continua a existir, mas apelou à responsabilidade de quem organiza estes eventos.
“Estamos numa fase em que a responsabilidade individual e a responsabilidade dos grupos é muito significativa e o grande garante da nossa ação”, disse Marta Temido.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública lembrou, no domingo, que não são permitidas no país concentrações de mais de 20 pessoas e menos ainda na zona de Lisboa e Vale do Tejo, onde o limite são 10 pessoas.
Ricardo Mexia diz não perceber como podem ser autorizados eventos como os de sábado, de protesto contra o racismo, em cinco cidades do país.
Noutra polémica envolvendo a manifestação de sábado, a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) vai apresentar uma queixa no Ministério Público contra manifestantes que exibiram no sábado mensagens que "promovem ou incentivam ao ódio" contra a polícia, anunciou o sindicato.