03 jun, 2020 - 17:07 • Redação
Rúben Amorim admite que a suspensão dos campeonatos devido à Covid-19 teve aspetos positivos para si, enquanto novo treinador do Sporting, e para a sua equipa. Em conferência de imprensa, o técnico, que apenas fez uma equipa na liderança do clube, diz que aproveitou para conhecer melhor o clube e os jogadores, que puderam "limpar a cabeça", depois de meses com resultados aquém das expetativas.
"Foram três meses atípicos, mas deu tempo para ver como funcionava o clube e conhecer os jogadores. Assim que se marcou a data de início do campeonato ajudou muito, porque fica mais fácil quando temos um objetivo. Estou entusiasmado, um treinador precisa sempre de tempo", diz.
No entanto, Rúben Amorim recusa a ideia que a pausa pode ser comparada a uma pré-época.
"Não foi uma pré-época, porque não tivemos jogos, foi muito trabalho individual, até porque foi cansativo para os jogadores. A vantagem foi poder trabalhar. Iríamos jogar contra o Vitória de Guimarães com uma semana de trabalho, agora temos duas ou três de trabalho coletivo. A equipa precisava de algum tempo para limpar a cabeça, e isso também foi importante", explica.
Amorim não esconde que a pausa pode favorecer o Sporting no duelo contra a equipa de Ivo Vieira, que vinha num grande momento de forma: "Vinha nesse grande momento de forma, e isso pode mudar. Vai ser um jogo muito complicado, é um excelente teste para a nossa equipa".
O jogo no Estádio D. Afonso Henriques será à porta fechada, um recinto que habitualmente estaria repleto. Rúben Amorim diz que qualquer jogador preferia jogar com adeptos nas bancadas.
"Ser sem público não é uma vantagem para ninguém. Preferia ter o estádio cheio de adeptos do Vitória, o jogo perde muita graça. Ninguém está contente por isso", diz.
O técnico do Sporting não espera, no entanto, grandes alterações no futebol praticado, quando questionado sobre um possível receio do contacto entre jogadores.
"O futebol não vai mudar, desde o primeiro treino que não vi esse receio. Eles fizeram isto a vida toda, não vão mudar o comportamento. Já passou uma fase mais crítica da pandemia e temos de pensar assim. Quando a boal rolar, vai ser um jogo normal, o que muda é a imagem do jogo, sem público", diz.
Rúben Amorim recebeu ainda várias questões sobre Matrheus Nunes, jovem médio de 21 anos que recebeu muitos elogios do presidente Frederico Varandas. O técnico diz que não sente o jovem ansioso ou pressionado pelos elogios.
"O Matheus Nunes só tem que pensar no que fazer em campo. Vai pagar uma casa à mãe, vai ajudar a família, que o que se faz como desportista. Não tem de se preocupar com mais nada. É bom que o Sporting tenha um presidente que acredita desta forma nos miúdos. Vamos dar-lhe tempo e com calma vai formar-se como jogador", diz.
Sobre todos os jovens integrados no plantel, Rúben Amorim diz que todos estão preparados para jogar.
"Todos estão integrados e têm de estar aptos para jogar. Vou vendo os sinais de cada um, mas podem sr opção como todos os outros", termina.
Wendel, Luiz Phellype e Joelson Fernandes estão lesionados e não estão aptos para o jogo, confirmou o clube. O Sporting joga na quinta-feira, às 21h15, em casa do Vitória de Guimarães, jogo com relato e acompanhamento ao minuto na Renascença.