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Futebol

Do relvado à bancada. As regras do regresso da I Liga em detalhe

01 jun, 2020 - 18:30 • Inês Braga Sampaio

A Renascença apresenta-lhe todas as restrições do regresso do futebol em Portugal, que está marcado para esta quarta-feira, desde a higienização constante dos espaços, ao uso de máscara pela maioria dos intervenientes e à realização de testes diagnóstico, passando por regras estritas para a comunicação social.

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A I Liga de futebol regressa na quarta-feira, para decidir, ao longo de 10 jornadas, quem é campeão, quem vai às competições europeias e quem desce ao segundo escalão. São 90 jogos que serão disputados em circunstâncias especiais, devido à pandemia da Covid-19, que obriga a diversas cautelas.

Desde higienização constante dos espaços, ao uso de máscara pela maioria dos intervenientes e à realização de testes diagnóstico, passando por regras estritas para a comunicação social, a Renascença apresenta-lhe o quadro completo de limitações desenhadas pela Liga Portugal, conforme as diretrizes da Direção-Geral da Saúde.

  • Estádios sem público;
  • Os 90 jogos em falta vão decorrer maioritariamente durante a semana, com apenas um dia de intervalo entre jornadas (dois da 32.ª para a 33.ª);
  • Serão utilizados 17 estádios, entre eles a Cidade de Futebol, em Oeiras, casa emprestada de Santa Clara e Belenenses SAD, os únicos que jogam em campo neutro. Todos os recintos foram aprovados, após vistorias, pelas respetivas Autoridades de Saúde Regionais;
  • Serão elegíveis os jogadores que passem nos testes à Covid-19, que serão efetuados 24 horas de cada jogo. Entre jogos espaçados por mais de cinco dias, cada equipa terá de ser submetida a dois testes;
  • A identificação de um caso positivo não torna, por si só, o isolamento coletivo das equipas obrigatório. Essa decisão será tomada pela Autoridade de Saúde territorialmente competente, após articulação e decisão concertada entre as Autoridades de Saúde Regionais e a Autoridade de Saúde Nacional, em função da avaliação de risco;
  • Qualquer pessoa que durante a temporada desenvolva sintomas sugestivos da doença deve ser isolada e testada;
  • As deslocações de elementos de cada clube devem limitar-se ao trajeto domicílio-clube/competição-domicílio e as deslocações de e para os estádios devem realizar-se em meios de transporte de utilização exclusiva pelas equipas e demais intervenientes;
  • Atletas, equipas técnicas e árbitros devem manter-se em recolhimento domiciliário desde a data do início da retoma dos treinos para as competições oficiais até ao final da temporada;
  • É exigido o cumprimento de medidas rigorosas de distanciamento físico (dois metros), higiene das mãos, etiqueta respiratória e utilização de máscara em espaços fechados. Só são permitidos contactos sociais com coabitantes e "staff" do clube estritamente necessário para a prática desportiva;
  • Todos os elementos que fiquem no banco dos suplentes, com exceção dos treinadores principais, terão de usar máscara;
  • Não são permitidos aglomerados entre os elementos das equipas (jogadores, treinadores e restante "staff"), beijos ou abraços;
  • Cada equipa poderá, a partir da jornada 26, haverá nove suplentes (mais dois que o normal) e os treinadores poderão fazer até cinco substituições – em três momentos do jogo e ao intervalo;

Lotação limitada e muitas regras para os jornalistas


A imposição de um limite máximo de pessoas no estádio afeta, também, a comunicação social. Cada órgão de informação envia menos representantes aos jogos e as regras de segurança, higiene e circulação não abrem espaço a faltas de cuidado.

A Liga elaborou um Plano de Retoma Progressiva da Competição específico para a comunicação social, que a Renascença resume:

  • Limite máximo de 185 pessoas no estádio, para toda a operação de um jogo. Ao relvado e às áreas com acesso ao terreno de jogo poderão aceder até 125 pessoas: na zona técnica, um máximo de até 85 pessoas; antes, ao intervalo e depois da partida, até 15 pessoas terão acesso ao relvado; a zona externa ao relvado estará reservada a um máximo de 25 pessoas; as outras áreas sem acesso ao relvado terão lotação máxima de 60 pessoas;
  • Nos dias dos jogos, a zona técnica deve estar “completamente delimitada e com controlo de acessos”. O acesso deverá ter um espaço para "monitorização da temperatura corporal" e espaços de circulação divididos com fitas que "permita a circulação de pessoas em sentidos opostos";
  • No exterior e imediações dos estádios, a circulação de pessoas deve ser limitada e condicionada, não estando autorizada a concentração de pessoas em número superior a 10;
  • Os jornalistas, repórteres fotográficos e de imagem devem usar sempre máscara e manter distância social (mínimo de dois metros) entre si e para com os intervenientes no jogo.
  • Redução para um terço da lotação total atual de cada tribuna de imprensa e no máximo 25 pessoas;
  • Acreditação a cada órgão de comunicação social deverá ser limitada a um representante. No caso das rádios, são dois: um jornalista para a tribuna e outro para o relvado;
  • Todos os trajetos de elementos dos media devem ser independentes do percurso dos agentes desportivos e nunca passar pela zona técnica;
  • É de evitar o uso de elevadores;
  • A entrega da constituição das equipas passará a ser feita por via digital;
  • Máximo de 25 jornalistas em conferência de imprensa;
  • Clubes podem realizar conferência de imprensa pós-jogo desde que o local onde o agente desportivo realizar a sua intervenção seja higienizado previamente e entre as intervenções de cada um dos agentes desportivos, todos usem máscara no interior da sala, a mesa seja interdita a contacto por parte de órgãos de comunicação social e a colocação dos lugares respeite os dois metros de distanciamento social;
  • A conferência de imprensa pode ser realizada por videoconferência – fica ao critério dos clubes;
  • Não serão realizadas entrevistas na zona mista;
  • Máximo de sete fotojornalistas no relvado, com acesso interdito pela zona técnica ou qualquer outro trajeto convergente com o percurso das equipas. Os lugares definidos no início de cada jogo não podem ser alterados. Uso de máscara é obrigatório.
  • Cada rádio (Renascença, “Antena 1” e “TSF”) terá um repórter de pista, com o uso de máscara a ser obrigatório;
  • Os representantes das redes sociais dos dois clubes têm acesso ao relvado e estão obrigados às mesmas regras de segurança e distanciamento e ao uso de máscara;
  • O detentor dos direitos de transmissão poderá ter câmaras na zona técnica (autocarro e túnel) desde que ali colocadas até duas horas antes do apito inicial e sem operador. Câmaras serão recolhidas quando todos os jogadores passarem e não existir perigo de contacto. Se a instalação de materiais técnicos exigir a passagem através da zona técnica, deverá ser feita, no máximo, até três horas antes do início do jogo e a desmontagem apenas após todo o “staff” técnico dos clubes envolvidos e equipa de arbitragem terem abandonado o recinto de jogo;
  • Máximo de seis operadores de imagem no relvado. Todos os materiais têm de ser higienizados;
  • “Superflash” e “flash interview” serão realizadas no relvado, a não ser que as condições atmosféricas não o permitam. Entrevistas terão de ser realizadas com as regras de distanciamento social e os jornalistas e repórter de imagens têm de usar máscara;
  • O prémio de Homem do Jogo será entregue pelo delegado, depois de devidamente higienizado, antes de o atleta entrar para ser entrevistado;
  • O contacto entre a produção e o relvado/zona técnica será feito, exclusivamente, por telefone, incluindo nos momentos pós-jogo.
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