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Milhares voltaram ao NorteShopping após confinamento. “Parece que respiramos o normal outra vez”

01 jun, 2020 - 17:03 • Inês Rocha

Esta segunda-feira manhã, a afluência no NorteShopping chegou a cerca de 60% da capacidade possível em tempo de pandemia. Lojistas dizem-se felizes por ver os corredores novamente cheios de clientes. Limpeza foi reforçada e as regras são mais apertadas.

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"Venho por curiosidade porque falta o melhor". Filas na reabertura do NorteShopping
"Venho por curiosidade porque falta o melhor". Filas na reabertura do NorteShopping

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Os números ainda estão longe da normalidade: antes da pandemia, o NorteShopping, em Matosinhos, recebia, em média, 50 mil pessoas diariamente. Agora, no primeiro dia em que a generalidade das lojas abriu ao público, o centro comercial só pode receber, simultaneamente, um número máximo de cinco pessoas por cada 100 metros quadrados, ou seja, 3.700 pessoas, o que limita bastante a afluência ao longo de um dia.

Na manhã de segunda-feira, perto da hora de almoço, estavam cerca de 2.300 pessoas dentro do centro comercial, avançou à Renascença o diretor do espaço.

“A afluência está interessante, muito interessante”, considera João Fonseca. “Claro que não é comparável aos antigos dias normais, nem é possível, por causa das limitações que temos nas entradas”.

O NorteShopping tem um sistema de contagem de entradas e saídas em tempo real, que permite fazer um controlo apertado da afluência.

“Criei uma margem de segurança abaixo das 3.700 pessoas que podemos ter simultaneamente. Quando necessário, teremos de encerrar portas provisoriamente”, explica o diretor.

Hoje, ainda não é necessário chegar aí. Mas já são muitos os curiosos e os clientes que entram no espaço para comprar bens que faziam falta.

O shopping já estava aberto, mas apenas com os serviços essenciais, autorizados pelo Governo, abertos ao público. Esta segunda-feira, a grande maioria das lojas do centro reabriu.

Dos 226 estabelecimentos, 206 estão já de portas abertas. Seis lojas estão fechadas para obras e as restantes 14 atrasaram a abertura, mas devem reabrir até ao final da semana.

“Eu estava cá no dia em que o shopping fechou e foi uma tristeza enorme ver tudo fechado, tudo apagado”, conta à Renascença Irene Barros, diretora da FNAC. A loja era uma das autorizadas e já está aberta há três semanas, mas “a alegria” hoje é diferente.

“Hoje o que sentimos, a ver as pessoas a andarem no shopping, a alegria com que andam, parece que respiramos o normal outra vez. E isso é muito importante, estamos contentes”, diz a responsável.

Também Hugo Braga, gerente da Mais Óptica, que reabriu no dia 4 de maio, diz ter esperança que os corredores vazios não regressem. “Ver novamente as pessoas a circularem traz-nos uma sensação de normalidade possível e estamos esperançosos que possamos trabalhar com normalidade”, diz à Renascença.


Agora, como na estrada, no centro comercial circula-se pela direita


Para promover o distanciamento social, o centro comercial instalou sinalética com medidas de higiene e segurança e criou novas regras: agora, o cliente deve circular sempre pela direita, para evitar cruzamentos e choques frontais.

Foi feito também um reforço “muito grande” da limpeza e distribuídos pelo centro 100 dispensadores de gel desinfetante.

As soluções são também tecnológicas: renovação de ar a cada 12 minutos e limpeza de corrimões de escadas e tapetes rolantes com recurso a raios UV.

“Já fizemos teste com zaragatoas e o teste saiu muito bem. Estamos a implementar em todas escadas e tapetes rolantes do centro”, explica João Fonseca à Renascença.

Confinamento “foi um rombo muito grande”

Para a Artsana Portugal, que gere as lojas de produtos infantis Chicco, o confinamento foi “um rombo muito grande”, diz à Renascença a presidente do conselho de administração, Lúcia Rodrigues. A empresa teve cerca de 200 trabalhadores em "lay-off" e “milhões” de prejuízo.

Hoje, é dia de receber sobretudo grávidas à procura dos últimos produtos para preparar a chegada dos filhos.

Apesar de o “online” ter ajudado a manter, de certa forma, o negócio, este é um negócio que depende muito do atendimento presencial.

“Continuamos a atender online, mas o nosso cliente precisa muito de aconselhamento”, explica a responsável.

Na FNAC, os prejuízos não tiveram a mesma proporção. Com grande parte das empresas a seguir para teletrabalho e famílias a adaptar-se à escola em casa, houve uma grande procura de produtos tecnológicos. Hoje, apesar, de a tecnologia continuar a ser uma tendência, os clientes procuram mais livros.

A procura, neste primeiro dia em que a generalidade das lojas reabriu, agradou muito à gerente de loja. “Temos um limite máximo de 90 pessoas e já quase o alcançamos”, avançou Irene Barros à Renascença.

Na Mais Óptica, a procura começa agora a regressar à normalidade. Até agora, os clientes deslocavam-se à loja apenas por necessidade, com receitas médicas ou para resolver problemas de óculos que já tinham.

A procura de óculos de sol, que acontece mais por impulso, praticamente desapareceu durante estes meses, mas começa agora a regressar.

Um “novo normal” a que lojistas e clientes se vão habituando, na esperança que não seja necessário dar um passo atrás no processo de desconfinamento.

Comentários
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  • JM
    02 jun, 2020 Seixal 11:35
    Afinal a crise não é tão grande como apregoam, parece haver muita gente com dinheiro para gastar. Veremos se daqui por um mês ou dois não volta a fechar tudo.
  • LUIS MIGUEL FERREIRA
    01 jun, 2020 porto 18:02
    Inacreditável: só espero que não deitemos tudo a perder...

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