Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Coronavírus

Bispos ingleses impacientes com demora em reabrir as igrejas

31 mai, 2020 - 21:38 • Filipe d'Avillez

O cardeal Vincent Nichols e o arcebispo John Wilson consideram uma ofensa à liberdade religiosa o facto de as igrejas continuarem fechadas quando lojas não-essenciais já reabriram.

A+ / A-

Veja também:


Os dois principais bispos da Igreja Católica em Inglaterra e País de Gales manifestaram este fim-de-semana a sua impaciência com o facto de as igrejas se manterem fechadas no país.

O cardeal Vincent Nichols, arcebispo de Westminster, a principal diocese de Inglaterra, e o arcebispo John Wilson, de Southwark, criticaram a demora em reabrir os locais de culto como uma ofensa à liberdade religiosa e também ao princípio da igualdade.

Todos os locais de culto foram encerrados ao público durante a pandemia no Reino Unido, sem acesso sequer para oração privada. Em Portugal, por exemplo, embora o culto público tenha sido suspenso, as igrejas podiam ser visitadas pelos fiéis para oração.

Os bispos não gostaram do facto de o Governo ter anunciado que os locais de culto apenas iriam reabrir a partir de 4 de julho, quando vários serviços considerados não-essenciais vão abrir já no dia 1 de junho, ou a partir do dia 15.

“Dizem-nos que estas reaberturas, que vão ser geridas de forma cuidadosa, se baseiam na necessidade de encorajar as atividades mais importantes a reiniciar. Porque é que as igrejas foram excluídas desta decisão?”, perguntou o cardeal Nichols, durante uma homilia no sábado.

Apesar de o Governo ter dito que os locais de culto iriam reabrir apenas em julho, a Igreja apresentou uma proposta para a reabertura mais cedo, faseada, com garantias de medidas de higiene e segurança, nem que fosse para oração privada. Contudo, o Governo não fez caso.

A situação levou o arcebispo de Southwark, John Wilson, a escrever ao primeiro-ministro Boris Johnson a pedir o fim de uma situação que infringe a liberdade religiosa.

“Existe uma crescente insatisfação”, avisou Wilson, “peço que levem a sério as necessidades das diferentes tradições religiosas e, quando os locais de culto forem necessários para a sua fé, criem uma situação de paridade consistente com a das lojas”.

“O encerramento total justificou-se nas primeiras semanas da pandemia. Contudo, permitir a reabertura de lojas e serviços não-essenciais, enquanto se mantêm as igrejas fechadas para oração individual, é uma ofensa à liberdade religiosa e à igualdade”, acrescentou na sua carta, segundo o jornal britânico “The Tablet”.

O Reino Unido tem sido duramente atingido pela pandemia, tendo registado já perto de 40 mil mortos. Ao longo dos últimos dias o número de mortos e de novos infetados tem descido de forma acentuada.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+