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Covid-19. Emigrantes querem verão em Portugal e estão a optar por entradas terrestres

30 mai, 2020 - 09:43 • Lusa

Na dúvida sobre se as companhias aéreas vão estar disponíveis para fazer voos, os portugueses que vivem no estrangeiro deverão optar pelo carro para fazer a viagem para Portugal nos meses de verão.

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A comunidade portuguesa em vários países europeus planeia passar as férias de verão em Portugal, mas aguarda com expetativa mais informações sobre a forma mais segura de o fazer, estando mais inclinada a fazer a viagem de carro.

A agência Lusa contactou conselheiros das comunidades na Alemanha, França e Suíça, tendo de todos obtido a garantia que é propósito destes emigrantes visitar a família e os amigos em Portugal.

Alfredo Stoffel vive na cidade alemã de Sassnitz e é conselheiro das comunidades portuguesas neste país, onde vivem 114.705 cidadãos nascidos em Portugal e onde são cada vez mais os portugueses que o abordam na tentativa de apurarem como poderão viajar em segurança para Portugal no verão.

A grande dúvida é o transporte e percurso a realizar, uma vez que estando aberto o espaço aéreo europeu, as companhias aéreas só agora começam a retomar alguns voos.

Mas mesmo que as ligações comecem a ser mais frequentes, os portugueses na Alemanha estão mais inclinados a fazer a viagem de carro, atravessando assim as fronteiras terrestres e percorrendo os corredores que, entretanto, deverão estar abertos.

“Há quem esteja a pensar sair da Alemanha via Holanda, Bélgica, França, Espanha e Portugal. Outros pretendem ir ela Suíça, França e Portugal ou através do Luxemburgo”, explicou.

Nestes dias, Alfredo Stoffel tem-se desdobrado em explicações e conselhos aos portugueses, sublinhando a importância de esclarecerem todos os pormenores e dúvidas.

“Mesmo que os corredores em França e Espanha estejam abertos, não podendo parar nesses países, mas apenas circular, é preciso assegurar que podem abastecer as viaturas e terem espaços para descansar”, disse.

Reconheceu, contudo, que os corredores são uma boa ideia e um primeiro passo para quem pretende ir de carro.

E deixa outro aviso: “É importante informarem-se sobre a ida, mas também a vinda”.

Em relação ao avião, as dúvidas recaem sobre os riscos da proximidade física e também os preços, que são para já uma incógnita.

Alfredo Stoffel não tem dúvidas de que ir a Portugal no verão é o desejo de toda a comunidade, principalmente depois de se verem impedidos deste regresso durante a Páscoa, como costuma ser habitual.

O conselheiro em França Paulo Marques, que também preside à Associação dos Eleitos Portugueses, Luso-Franceses e Europeus em França, tem-se desdobrado em contactos com a comunidade portuguesa que reside neste país, mas também em outros estados europeus.

“Temos tido imensas solicitações e a todos explicamos tanto o que o Governo francês determina, como o que está previsto em Portugal”, disse à Lusa.

Paulo Marques encontra nestes portugueses muita vontade de visitar a família e os amigos em Portugal, mas reconhece que as dúvidas continuam a ser muitas.

“A abertura das fronteiras é necessária para que as famílias possam ter um real desconfinamento social e poderem estar em proximidade com os seus”, disse.

Em França, onde residem 595.900 nascidos em Portugal, continuam a existir várias zonas vermelhas, com muitos casos de covid-19, como em Île de France, onde Paulo Marques reside. Por isso, atravessar este território ainda “coloca uma série de questões, nomeadamente sobre a segurança das pessoas”.

“Temos de evitar que pessoas infetadas levem a infeção a zonas com poucos casos, como acontece em Portugal, nomeadamente em zonas como o Algarve, um dos destinos mais procurados para férias no verão”, disse.

Por outro lado, avançou, França está a apelar ao turismo no território – tal como Portugal está a fazer – e, principalmente os mais novos, com menos ligações a Portugal, poderão aproveitar para conhecer melhor o país.

Paulo Marques acredita que se os portugueses e a comunidade de franceses de origem portuguesa deixarem de visitar o país de origem, um terço da economia do interior de Portugal fica por concretizar.

Em relação ao meio de transporte, este conselheiro identifica uma grande maioria inclinada para o transporte terrestre, aproveitando assim os corredores definidos por França e Espanha, que permitirão a viagem até Portugal.

José Inácio Sebastião, conselheiro na Suíça, país com 217.662 residentes nascidos em Portugal, afirmou à Lusa que é grande a expetativa dos portugueses em relação ao verão.

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