António Costa Silva é o homem escolhido pelo primeiro-ministro, António Costa, para desenhar um programa de recuperação económica. Segundo o Expresso escreve este sábado, o CEO da petrolífera Partex a negociar com todos os ministros do Governo um plano com as apostas estruturais para a economia. E vai falar com partidos e parceiros, em nome do primeiro-ministro.

Segundo o semanário, o contato foi feito há duas semanas, sendo que o primeiro-mnistro pediu ao gestor para preparar um programa de recuperação económica para o país. Costa Silva, engenheiro de minas de formação, nunca antes se tinha metido na política, muito menos em assuntos de governação.

E Expresso chama-lhe paraministro, e diz que o mesmo reuniu com cada ministro para definir os programas que estão previstos ou programados e que devem cair, ficar ou nascer.

Costa Silva não faz parte do Governo de forma oficial o que já mereceu criticas por parte da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que disse que a figura de paraministro não existe em Portugal. E sublinha que deve ser possível a todos os portugueses fazer o escrutínio dos governantes, e possíveis incompatibilidades.

O Expresso avança que a primeira reunião de Costa Silva foi com Matos Fernandes, ministro do Ambiente, para garantir que a sua posição (gestor de uma petrolífera) e currículo não seriam incompatíveis com a agenda de combate às alterações climáticas.

O mesmo jornal acrescenta ainda que daqui a uma ou duas semanas Costa Silva vai falar em nome do Governo com os partidos da oposição, mas também com os parceiros sociais, para partilhar e recolher ideias.

António Costa não foi o único a nomear alguém com essa função. Esta semana, também Emmanuel Macron, em França, pediu isso a um grupo de economistas liderado pelo ex-economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard e o Nobel Jean Tirole.

De perfil mais reservado, Costa Silva, é professor do Instituto Superior Técnico, engenheiro de minas e CEO da Partex, e suas intervenções públicas costumam versar sobre o que diz ser a falta de estratégia do país. Já criticou o Governo, dizendo que chegou a ser condicionado por “sectores mais extremistas”, e acrescentou que a política económica “não é suficiente”.