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Covid-19. Lisboa e Vale do Tejo preocupa, mas não há descontrolo, diz Marcelo

28 mai, 2020 - 13:06 • Ricardo Vieira , Marta Grosso

Presidente da República afirma que há surtos localizados, mas sublinha que "não se pode falar de descontrolo na região Lisboa e Vale do Tejo. Na generalidade do país, o “R” está abaixo de 1.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostra-se preocupado com "evolução recente" da pandemia de Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo.

A visão global em Portugal "é positiva", mas há "preocupação em relação a evolução recente em Lisboa e Vale do Tejo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa no final de uma reunião com especialistas na sede do Infarmed, em Lisboa.

"Não se pode falar de descontrolo na região Lisboa e Vale do Tejo, há surtos localizados, conhecidos, com cadeias de transmissão que estão a ser acompanhados e com a preocupação de prevenir", sublinhou o Presidente da República.

Quanto às causas, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que o aumento de casos na região da capital "parece estar ligado a condições socioeconómicas de vida em certas áreas".

Olhando para a evolução da pandemia em Portugal, já é possível observar que, “mesmo quando há descida do surto, essa descida foi sempre menos intensa nesta região” de Lisboa e Vale do Tejo.

“Mas, em termos globais, não perturbou o ‘R’ e, na generalidade do país, o resultado é de evolução” é positivo, reforçou o Presidente.

“O que se passa hoje nesta região vai ser analisado nos próximos dias e semanas, não com a ideia de haver um sinal que conduza a uma inflexão da linha definida, mas um ajustamento permanente”, sublinhou também.

Marcelo Rebelo de Sousa garante que “as autoridades sanitárias e os especialistas têm ideias concretas” sobre o há a fazer, sendo que existem várias realidades a abordar: “as condições socioeconómicas são uma realidade estrutural e têm a ver com realidades muito diversas entre si, que podem explicar um ou outro desses surtos; e depois há outras realidades: transportes, o local de trabalho”, que também vão ser analisadas e as autoridades vão intervir caso a caso.

A região de Lisboa e Vale do Tejo tem vários focos identificados, em algumas empresas da Azambuja e em três bairros da margem Sul, entre os quais o Jamaica.

Impedir que as pessoas se concentrem em cafés é uma das medidas admitidas pelo delegado de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, para contrariar o aumento do número de contágios em bairros mais desfavorecidos da Grande Lisboa.

A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu esta quarta-feira que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infeção de covid-19.

O pico da Covid-19 na região de Lisboa só deverá acontecer na terceira semana de junho, face ao continuado aumento de casos de infeção. A conclusão resulta dos modelos preditivos desenvolvidos pela COTEC Portugal e pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.


Mapa da Covid-19


“Fotografia nacional é favorável”

Fora Lisboa e Vale do Tejo, os picos da prevalência já terão sido atingidos entre o final de abril e o início de maio, segundo o mesmo estudo.

“A fotografia nacional é favorável”, afirmou Marcelo. “A evolução na região Norte é favorável, na região Centro – lembram-se que havia números na região Centro que eram difíceis explicar, mas desapareceram – há uma evolução favorável no Alentejo, no Algarve e nas regiões autónomas”, apontou.

“E porque se fala muito do ‘R’ (indicador que mede o nível de transmissão da doença), aí valores são claramente inferiores a 1 e isso é positivo, como é positiva a evolução de casos positivos, o que quer dizer que tem havido capacidade de resposta das autoridades de saúde e menor pressão sobre essas estruturas de saúde”, destacou ainda o Presidente da República.

“A média nacional do ‘R’ é inferior a 1”, avançou também.

Na sexta-feira, o Governo deverá aprovar, em Conselho de Ministros, as medidas para a próxima fase de desconfinamento. Sobre esta matéria, o PSD adiantou, nesta quinta-feira, que o Governo vai estudar a possibilidade de adiar, na região de Lisboa e Vale do Tejo, a aplicação de algumas das medidas previstas na terceira fase.

De acordo com o deputado Ricardo Batista Leite, “o Governo disse que iria ponderar eventualmente uma resposta diferenciada para a região de Lisboa, mas não foi taxativo nessa resposta”.

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  • Manuela
    30 mai, 2020 Lisboa 17:07
    Sr. Presidente Rebelo de Sousa, são as praias que estão a prejudicar Lisboa e Vale do Tejo! A Fonte da Telha esteve toda a semana empilhada de gente! 14 mil pessoas, estiveram naquela praia, continuam a estar, porque só há 10 polícias, para vigiar desde a Trafaria até à fonte da Telha (incluída)! a polícia marítima, diz que têm que enviar a GNR para a estrada (do lado das matas) controlar a entrada das praias todas! a polícia marítima sem a GNR não consegue controlar tanta gente! as pessoas estão todas juntas, juntas sem espaços! na quinta-feira foram lá 5 polícias; uma parte da praia (I) ficou mais intervalada, mas a parte (II e III) ficou na mesma, todos encostados uns aos outros! daí, os casos da Pandemia têm aumentado! é a praia e são os transportes! hoje já anunciaram 14 500 pessoas naquela praia! Sr. Presidente, tem que chamar a atenção da câmara de Almada, para porem ordem nas entradas das praias! senão vai morrer muita gente, segundo a polícia marítima, que também estão assustados com isso!

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