27 mai, 2020 - 18:15 • José Pedro Pinto
"Não me agrada, para ser sincero (risos)". É desta forma que Theodoro Fonseca, acionista maioritário da SAD do Portimonense reage, em Bola Branca, à possibilidade de perder o administrador financeiro dos algarvios num cenário de candidatura à presidência da Liga Portugal.
Edgar Vilaça admitiu, na terça-feira, em entrevista a Bola Branca, que assumir a liderança da Liga seria "aliciante". Theodoro Fonseca reconhece, pela mesma via, que o seu "braço direito" financeiro no Portimonense reúne as qualidades que, nesta altura, faltam às cúpulas do organismo que tutela o futebol profissional em Portugal.
"A notícia é preocupante para o meu lado e para o lado do Portimonense, porque o Edgar Vilaça é um dos nossos pilares da administração. É a pessoa que sempre fez tudo por nós e tem papel fundamental no Portimonense. Mas, como sempre disse, sou solidário com o futebol e a Liga Portugal necessita de uma mudança e tem de ter pessoas capacitadas, que entendam de futebol e de gestão, e que falem com todos de igual para igual, com grandes e pequenos. O presidente da Liga não tem de ser político. Tem de saber dar um murro na mesa", afirma o investidor brasileiro, numa crítica bem vincada a Pedro Proença.
Edgar Vilaça sublinha, no entanto, que "ainda há u(...)
Edgar Vilaça já fez saber que só sairá do Portimonense com o aval de "Theo", com quem diz ter um contrato "quase vitalício".
"[Edgar Vilaça] Ligou-me ontem para me transmitir que ficaria no Portimonense até ao dia em que eu quisesse", revela. "Mas eu não posso dizer-lhe 'não'", prossegue.
"O próprio Edgar Vilaça tem de ter essa vontade em ser presidente da Liga. Para nós, Portimonense, é uma perda muito grande, porque trata-se de uma pessoa muito capacitada. Sou suspeito para estar a elogiar mas a Liga precisa de um líder e o Edgar Vilaça é um líder nato. Todos os clubes conhecem o caráter do Edgar Vilaça", assegura.
Confesso amigo de Pedro Proença, Theodoro Fonseca não deixa de se juntar ao coro de críticas ao presidente da Liga, sobretudo no que diz respeito à questão relativa às operadoras televisivas. O problema ganhou contornos incontroláveis e Proença é, nesta altura, um dirigente desgastado.
"Nada tenho contra Pedro Proença, que é meu amigo, mas não posso concordar com muitas das atitudes e das decisões que ele tem vindo a tomar. E o pior, que culminou com o desagrado dos clubes, foi esta questão das operadoras televisivas. Houve um problema, Pedro Proença não o conseguiu solucionar e tornou-se num problema ainda maior", defende.
Liga de Clubes
O presidente da Liga admite a possível saída da li(...)
"Theo" considera que o "o presidente da Liga deveria ter reunido com as operadoras durante a paragem do campeonato e deveria já ter chegado a um entendimento".
"As operadoras são o oxigénio mundial do futebol e merecem respeito. Não podemos dizer que as operadoras estão em incumprimento porque o futebol parou. E há ainda a questão da pirataria, que rouba milhões às operadoras. Temos de combater a pirataria e dar força às operadoras e era isso que a Liga poderia ter feito há dois, três meses", remata.
Para 9 de junho está marcada uma Assembleia Geral da Liga e o futuro de Pedro Proença será o principal tema em discussão. Consciente da situação atual, Proença já afirmou que "o presidente só estará na Liga enquanto os clubes quiserem".
Benfica e Cova da Piedade abandonaram a direção do organismo e há vários clubes a contestar o atual presidente, ainda apoiado por alguns emblemas. O Leixões já declarou que está ao lado de Proença. Em entrevista à Renascença, Paulo Lopo, presidente da SAD do clube de Matosinhos, assumiu essa posição, prevendo, no entanto, que Pedro Proença irá abdonar a Liga, por vontade própria, no final da temporada.