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Costa avisa TAP que plano de rotas “não tem credibilidade”

27 mai, 2020 - 09:30 • Lusa

Primeiro-ministro vê-se "obrigado a recordar à Comissão Executiva da TAP os deveres legais de gestão prudente e responsável da companhia".

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O primeiro-ministro considera que a Comissão Executiva da TAP tem o dever legal de "gestão prudente" e "não tem credibilidade" um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal.

Estas posições foram transmitidas por António Costa à agência Lusa, em reação ao anúncio feito pela Comissão Executiva da TAP sobre o plano de retoma de rotas a partir de junho.

O governante começou por frisar que "a gestão das fronteiras é responsabilidade soberana do Estado português" e que a presente pandemia de Covid-19 "exigiu e exige por tempo ainda indeterminado a imposição de restrições na circulação nas fronteiras terrestre, marítima e aérea".

"Não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP, sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa", acentuou o primeiro-ministro.

Costa disse mesmo ver-se "obrigado a recordar à Comissão Executiva da TAP os deveres legais de gestão prudente e responsável da companhia".

Esse conjunto de deveres legais de gestão prudente e responsável na gestão da transportadora área nacionais, de acordo com o primeiro-ministro, "não é compatível com a definição, divulgação e promoção de planos de rotas cuja viabilidade depende da vontade soberana da República Portuguesa na gestão das suas fronteiras".

Na segunda-feira à tarde, o Presidente da República afirmou que "acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto".

Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu esta posição em resposta à agência Lusa, questionado sobre o plano de rotas aéreas para os próximos dois meses tornado público pela TAP, composto maioritariamente por voos de ligação a Lisboa, que tem recebido críticas.

Este plano foi criticado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e autarcas de municípios como Gondomar, Valongo e Vila Real e por dirigentes do PS, do PCP e do BE, entre outros.

Também em conferência de imprensa, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, desafiou a TAP a corrigir o plano de rotas aéreas tornado público, considerando que a decisão da comissão executiva da transportadora aérea de reduzir voos e destinos "lesa o interesse nacional".

Já o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que a TAP está a assumir-se como uma transportadora aérea regional, confinada à antiga província da Estremadura, razão pela qual não pode ter os apoios de uma empresa estratégica nacional.

No início da semana, a TAP publicou o seu plano de voos para os próximos dois meses, que prevê 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, sendo a maioria de Lisboa, de acordo com o plano de retoma de operações, publicado no site da companhia aérea portuguesa.

À medida que foram sendo levantadas algumas das restrições impostas às companhias aéreas, a TAP foi repondo voos, nomeadamente para Londres e Paris, entre Porto e Lisboa, dois voos por semana para S. Paulo e um voo semanal para o Rio de Janeiro, o que significa que a operação da TAP no final do mês de maio será de 18 voos semanais.

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  • Diogo
    27 mai, 2020 Lisboa 16:54
    Se a TAP quer ser a companhia de Lisboa, que sejam os Lisboetas a custear os seus prejuízos, não os restantes portugueses. A companhia tinha rotas diretas para Londres desde o Funchal que cessou, e as passagens custam quase 500 euros ida e volta para ir ao Funchal, o que é inadmissível. Deixem esse cancro que é a TAP falir. As companhias estrangeiras vão colmatar as mangas vagas deixadas por essa absurdidade de empresa. Deixem-na sucumbir.
  • Cidadao
    27 mai, 2020 Lisboa 13:06
    A TAP ou é pública ou privada. E atendendo às fortunas enviadas pelos governos para tapar os buracos de tesouraria vindos de gestão mais que discutível, então é pública. Não é? Então os cheques que estão a pedir para a viabilidade da empresa devem ficar no cofre e quando abrir falência, faz-se uma nova companhia aérea estratégica e publica e manda-se passear os privados. Há empresas que podem ser privadas, e há empresas estratégicas que têm de estar na posse do Estado, e ser bem geridas. A TAP é uma delas. Enterrar lá fortunas de dinheiros públicos e não ser o governo a dar as ordens, não entra na cachola de ninguém.
  • Romao
    27 mai, 2020 Paris 13:03
    A TAP devera voar para rotas que nao deem prejuizo. Nem faz sentido de outra maneira. Se o governo quer rotas que nao dao lucro entao o governo devera pagar a diferenca.... e sou do norte
  • João Lopes
    27 mai, 2020 Viseu 10:14
    Há muita oferta internacional. Quem deve pagar as viagens é o utilizador e aproveitar a oferta mais barata das Companhias aéreas. O contribuinte não deve pagar a dívida imensa da TAP…

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