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​Carlos Manuel decidiu última final de Taça longe do Estádio Nacional. "Nunca será igual ao Jamor"

25 mai, 2020 - 13:44 • José Pedro Pinto

Desde 1983 que a final da Taça de Portugal não se disputava fora do Jamor. Foi nas Antas, foi um FC Porto-Benfica - tal como esta época - e Carlos Manuel foi decisivo. A edição deste ano ainda não tem palco definido, mas já é certo que não terá público nas bancadas.

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Em 1983, tal como no presente contexto do futebol portugês, "ferveu" a final da Taça de Portugal entre FC Porto e Benfica. Foi a última decisão da prova rainha discutida longe do Jamor, a Norte e justamente no Estádio das Antas.

A polémica foi de tal ordem que a final só se realizou em agosto, já dentro da temporada 1983/84. Dragões e águias foram a jogo nas Antas, após um intenso braço de ferro que é recordado, em Bola Branca, por Carlos Manuel, antigo internacional português que marcou o único golo dessa final.

"Romão Martins, na altura presidente da Federação, marcou a final da Taça de Portugal para o Estádio das Antas. Na altura, havia a polémica de a final ser sempre em Lisboa e o FC Porto tinha razão nesse aspeto. Mas acho que, por uma questão de bom senso, se o FC Porto chegasse à final, deveria ter sido noutro sítio. Fernando Martins, na altura presidente do Benfica e Pinto da Costa entraram em polémica na imprensa, apesar de serem amigos. E, assim, a final não se realizou na época em que deveria ter sido realizada porque o Fernando Martins disse que o Benfica não ia às Antas jogar. Depois, o Eriksson convenceu o Fernando Martins. Lá fomos nós. Ganhámos, as coisas correram bem e jogámos bem", relembra Carlos Manuel.

Ora, colocada já em cima da mesa a reminiscência da conquista do troféu pelo Benfica em plena Invicta, o ex-médio dos encarnados conclui: uma final de Taça disputada fora do Estádio Nacional não é nem nunca será a mesma coisa.

"É muito diferente. É uma festa enorme, quando o jogo é no Jamor, com todo aquele envolvimento. É o dia da final do povo. É completamente diferente jogar noutro estádio e nunca será igual", considera.

Nesta altura, estão a ser equacionados os municipais de Aveiro, Coimbra e Leiria para acolher a final da Taça, bem como os Barreiros, no Funchal, por proposta do Marítimo. Uma coisa é certa, devido à pandemia de Covid-19, será à porta fechada.

"Os jogadores vão sempre com a ideia de fazer o melhor possível mas o próprio envolvimento durante a semana que antecede a Taça, a adrenalina, a responsabilidade e o prazer que põe no jogador, nunca será igual. O jogador quer que o público o veja e sentir o apoio e o assobio. É o que o jogador gosta, é daquilo que tira prazer. E se tiramos isso ao jogador, as coisas são completamente diferentes", acrescenta Carlos Manuel.

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