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Coronavírus

Prémio Templeton atribuído a cientista em busca de cura para o coronavírus

20 mai, 2020 - 23:59 • Filipe d'Avillez

O prémio, no valor de um milhão de euros, distingue pessoas que se dedicam à reconciliação entre a ciência e as questões religiosas.

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O Prémio Templeton de 2020 foi atribuído esta quarta-feira ao cientista e investigador Francis Collins, que chefiou a equipa que conseguiu mapear o genoma humano e que está atualmente dedicado a encontrar formas de combater o coronavírus.

O prémio, instituído em 1972, visa reconhecer o trabalho de pessoas que contribuem para a reconciliação entre a religião e a ciência. Para além dos seus trabalhos científicos, Collins tem sido um grande defensor da harmonia entre a ciência e o Cristianismo.

Atualmente Collins é diretor do National Institutes of Health, a organização governamental americana que mais contribui para a investigação no ramo da biomédica em todo o mundo. O prémio de um milhão de euros chega numa altura em que a NIH está apostada em lutar contra o coronavírus.

Em declarações à Religion News Service, depois de saber que tinha vencido o prémio, Collins disse que está a trabalhar “cem horas por semana para garantir que estamos a contribuir com todo o tipo de ideias, capacidades e recursos para descobrir tratamentos, vacinas e testes de diagnóstico”.

Na entrevista, Collins lamentou ainda o ambiente nos Estados Unidos, em que muitos cristãos se têm rendido a teorias da conspiração sobre a origem do vírus e decorre um aceso debate sobre se as igrejas devem ser abertas ou não.

“Enquanto cristãos a nossa primeira prioridade é cuidar dos doentes e vulneráveis. Não me parece, por isso, que se justifique juntar grandes grupos de pessoas, mesmo para o culto, por causa dos riscos que acarreta”, disse.

Collins nasceu numa família sem qualquer prática religiosa e considerava-se ateu até que, aos 27 anos e já a trabalhar como médico, se viu confrontado com a mortalidade, o que o levou a colocar-se questões mais profundas sobre o divino. Pouco depois tornou-se cristão.

Ao longo da sua carreira científica tem rejeitado sempre a ideia de que a religião e a ciência possam ou devam estar em conflito, tendo criado, em conjunto com a sua mulher, a Fundação BioLogos, que promove precisamente o diálogo entre essas duas esferas.

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